44,2% da população jovem não tinha acesso a coleta de esgoto em 2018

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Jovens com até 19 anos sofrem com a falta de serviços de saneamento básico, de acordo com o novo estudo do Trata Brasil

O novo estudo do Instituto Trata Brasil, lançado em julho de 2021, ?As Despesas da Família Brasileira com Água Tratada e Coleta de Esgoto?, elaborado pela Ex Ante Consultoria, traz balanço inédito sobre os gastos familiares com serviços de saneamento básico nas cidades brasileiras, bem como o que significam esses gastos frente à renda familiar. O estudo é grande importância para podermos entender o peso das despesas em relação à necessidade dos serviços de água tratada, coleta e tratamento de esgotos para a qualidade de vida dos brasileiros.

Para ilustrar o quanto é crítico o cenário nacional nesta infraestrutura, vale lembrar que o atendimento de água potável para a população do país ainda precisa evoluir para chegar à totalidade; estima-se que 35 milhões não tenham água tratada sequer para lavar as mãos em tempos de pandemia ? população equivalente à de todo o Canadá. Em relação à coleta dos esgotos, mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso ao sistema, e menos da metade do esgoto gerado é tratado sendo descartado diretamente na natureza.

O estudo indica o perfil das pessoas que sofrem com a privação do saneamento básico, indicando as características das pessoas que, em 2018, não tinham acesso ao abastecimento de água ou aos serviços de coleta de esgoto.

Gráfico 1: Porcentagem da população sem acesso ao saneamento básico, por raça autodeclarada, Brasil, 2018 

Fonte: Ex Ante/Instituto Trata Brasil

No gráfico é possível analisar que os índices registrados pelas populações parda, indígena e preta são maiores que o da população branca e amarela. Em 2018, na população parda, 36,5% não tinha abastecimento de água e 48,7% não tinha rede de esgoto. Os índices de acesso à água para a população dos indígenas eram de 33,7% e o acesso a coleta de esgoto eram de 45,2%. No caso da população autodeclarada preta, 32% não tinha abastecimento de água e 37% não tinha rede de esgoto.

Gráfico 2: Porcentagem da população sem acesso ao saneamento básico, por faixa etária, Brasil, 2018 

Fonte: Ex Ante/Instituto Trata Brasil

Outro perfil de pessoas sem acesso ao sistema de saneamento que o estudo apresenta é a privação por faixa etária. A partir do gráfico, é possível observar que existe uma carência maior dos serviços de saneamento na população jovem, com idade de até 19 anos. Em 2018, 1/3 dessa população não tinha acesso à água, proporção que chegou a 44,2% no caso da coleta de esgoto.

Do ponto de vista da educação, o grupo de pessoas sem instrução, o déficit de serviço de coleta de esgoto prevaleceu em 2/3 da população. Os índices de pessoas com instrução, que reúne as pessoas com ensino superior completo, a falta de saneamento afligiu menos de 1 em cada 5 brasileiros no ano de 2018.

O setor de saneamento básico ainda registra grande ineficiência, esses serviços são um fator essencial para um país poder ser chamado de país desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, como por exemplo, melhorias na educação e na renda do trabalhador. Portanto, faz sentido reivindicar que os serviços cheguem a mais pessoas e que tenham acesso a um bom serviço.

O pesquisador do estudo Dr. Fernando Gárcia aponta ?O estudo oferece um olhar clínico muito relevante e chama a atenção de empresas operadoras, agências reguladoras e autoridades para a urgência de todos terem acesso aos serviços, de forma a que os custos sejam aqueles que caibam no orçamento familiar?.

*Foto: Valter Campanato/ABr*

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