Águas subterrâneas: Saneamento e Saúde

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Um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com o CEPAS|USP ? Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas da Universidade São Paulo (USP), ?A Revolução das águas subterrâneas no Brasil:  Importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento básico?, expõe que, dos 170 milhões de brasileiros que têm acesso à rede pública de água, 30,4 milhões (17,7%) são atendidos pelas águas subterrâneas; os 141,6 milhões restantes (82,3%) por fontes superficiais.

As águas subterrâneas encontram-se sob a superfície terrestre, que são extremamente importantes para a segurança hídrica brasileira, já que lá encontram-se 97% das águas doces, o que os torna o maior reservatório de água potável da humanidade.

Entretanto, estima-se que, por ano, de acordo com o estudo, o subsolo do país receba 4.329 Mm3/ano de esgotos, o que corresponde à soma entre o esgoto vindo da falta de redes (3.747 Mm3/ano) e o proveniente de vazamentos por falta de manutenção (582 Mm3/ano).

Esse volume é equivalente ao lançamento na natureza de 1,8 milhão de piscinas olímpicas por ano ou quase 5 mil piscinas/dia. Devido a isso, tem sido crescente o número de relatos de contaminação de aquíferos e das águas subterrâneas. Essas contaminações normalmente acabam vindo de estocagem de produtos perigosos, deposição de resíduos sólidos ou lançamento de efluentes industriais.

A falta de redes de esgotamento sanitário juntamente aos baixos números do saneamento do país colabora com a degradação e contaminação dos aquíferos, fazendo com que os problemas das doenças, principalmente as de veiculação hídrica fiquem cada vez mais preocupante, uma vez que os moradores recorrem às águas subterrâneas através de poços escavados, que costumam ser contaminados pelas próprias fossas negras e sépticas instaladas nas proximidades das residências.

O estudo mostra que 52% dos 5.570 municípios brasileiros são abastecidos total (36%) ou parcialmente (16%) por águas subterrâneas. Essas águas são fundamentais, especialmente para os municípios menores, sendo a única opção de 48% dos municípios com população menor que 10 mil habitantes e para 30% daqueles com 10 a 50 mil habitantes.

No Brasil, as águas subterrâneas são extraídas principalmente por poços tubulares. Segundo estimativas do estudo em questão, temos somente em torno de 2,5 milhões de poços tubulares e estima-se que os custos envolvidos na perfuração e instalação deles somam mais de R$ 75 bilhões. Esses 2,5 milhões de poços são apenas uma estimativa, pois 88% deles são clandestinos, ou seja, estão fora dos cadastros oficiais do poder público. O total de água extraída nesses poços é de 17.580 Mm3/ano (557 m3/s), volume suficiente para abastecer toda a população brasileira em um ano.

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