As consequências da falta de saneamento para a educação das crianças brasileiras

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Imagem de Lourdes ÑiqueGrentz por Pixabay

Desde 1924, o Dia das Crianças é comemorado anualmente em 12 de outubro no Brasil. Esta data celebra os direitos das crianças e adolescentes, ajudando a conscientizar as pessoas sobre os cuidados necessários durante esta fase da vida.

A partir disso, em comemoração ao Dia das Crianças, no texto do blog dessa semana falaremos sobre o principal direito da criança, a educação, e como ela é afetada pela falta de saneamento básico do nosso país.

Entre uma das principais consequências da precariedade dos serviços, está o impacto na educação das crianças brasileiras. Um relatório da Unicef de 2018 intitulado "Pobreza na infância e na adolescência" mostrou que cerca de 24,8% das crianças e dos adolescentes no Brasil estão em privação de saneamento, tendo como principal consequência a defasagem na educação desses jovens, sem distinção de gênero nem faixa etária. Além de que, 3,1% das crianças e adolescente não tem sanitário em casa e o descarte de resíduos que representa 21,9% se dá por meio de fossas rudimentares, vala ou esgoto sem tratamento.

Esses baixos indicies de saneamento básico aos jovens afeta diretamente os anos escolares. De acordo com dados do Painel Saneamento Brasil, plataforma de informações gerencia pelo Instituto Trata Brasil, há grande diferença no que diz respeito aos anos de escolaridade das crianças com saneamento básico e os que residem em locais sem acesso aos serviços. Estima-se que no Brasil, a diferença em anos de educação formal de um jovem com saneamento básico em sua residência para um sem esses recursos é cerca de 2,31 anos.

Ao compararmos os anos formais de educação dos anos de 2010 até 2017, vemos que a escolaridade dos jovens sem saneamento continua sendo sempre em média 2 anos a menos da população com esses recursos básicos em casa. Em 2010, a escolaridade média sem saneamento foi de 6,81 anos enquanto em 2017 quem não tinha saneamento estudava por volta de 7,32 anos. Já os jovens com saneamento em suas residências, em 2010, apresentavam escolaridade média de 8,98 anos, enquanto 8 anos depois esse número subiu para 9,63 anos. Mesmo com o aumento considerável desses indicies com o passar do tempo, o número de anos formais completos pelos jovens brasileiros ainda é muito baixo, sendo um dos principais culpados, o saneamento básico do país.

Essa diferença em anos letivos, considera o efeito do saneamento sobre a presença escolar. Assim, se for dado acesso à coleta de esgoto a uma criança que mora em uma área sem acesso a esse serviço, espera-se uma melhora geral de sua qualidade de vida gerando menos índices de diarreia e redução do número de dias de falta nas aulas, entre outros aspectos, possibilitando uma maior presença, com efeito sobre educação formal.

O país deve investir de médio a longo prazo para aumentar os investimentos em saneamento básico e, por consequência, além de melhorar o acesso a água, coleta e tratamento de esgoto, possa também aumentar a média de anos formais de educação dos jovens brasileiros.

Para saber mais sobre educação e outros dados associados ao saneamento básico do país acesse:

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