Como a falta de saneamento básico pode afetar a infância de nossas crianças?

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O Dia Mundial da Infância é comemorado anualmente em 21 de março. Criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a data tem o intuito de conscientizar pais e governantes sobre a importância de oferecer uma boa formação para as crianças.

O Dia Mundial da Infância busca trazer uma reflexão sobre o modo como estão sendo formados os herdeiros do país. A partir disso, visando o dia mundial da infância, no texto do blog de hoje falaremos sobre saneamento básico, e como ele pode afetar a infância das crianças do nosso país.

Uma das principais consequências da falta ou precariedade dos serviços de água e esgoto é o impacto na educação das crianças e jovens brasileiros. De acordo com dados do Painel Saneamento Brasil, plataforma de informações do Instituto Trata Brasil, há disparidade no que diz respeito aos anos de escolaridade das crianças com saneamento básico e os que residem em locais sem acesso aos mesmos serviços. No Brasil, a diferença em anos de educação formal de um jovem que habita uma residência com saneamento básico para um sem esses recursos é cerca de 4,1 anos. Ao compararmos os anos formais de educação dos anos de 2010 até 2018, vemos que a escolaridade dos jovens sem saneamento continua sendo sempre em média 4 anos a menos da população com esses recursos básicos em casa.

A falta de abastecimento de água e serviços de esgotamento sanitário afeta os anos de educação dos jovens, interferindo muito na infância. Entretanto, não é só a educação que é afetada, milhões de jovens residem em lares sem condições básicas de saneamento, ficando sujeitas a diversas contaminações e outras doenças que interferem em sua saúde.

Dados também retirados do Painel Saneamento Brasil mostram que durante o período de 2010 a 2018, a falta de saneamento impactou muito a saúde dos jovens, ocorrendo diversos casos de doenças por veiculação hídrica, principalmente em crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Em 2018 foram registradas 115.151 internações de crianças até 14 anos relacionas a falta de água tratado e o contato com esgoto a céu aberto, cerca de metade de todas as internações por veiculação hídrica do país.  Em comparação, em 2010 esse número era de 306.250, porém mesmo caindo mais que a metade ainda é muito pouco para um período de 8 anos.

Os 115.151 casos de doenças por veiculação hídrica em jovens no decorrer de um ano assomado à falta de melhoras no setor de saneamento do país resultaram em óbitos. Só no ano de 2018 foram registrados 91 óbitos decorrentes dessas doenças em crianças de 0 a 4 anos no Brasil.

O Brasil está em um caminho negativo quando falamos em saúde e educação infantil, e os números de 2010 a 2018 já evidenciaram que a falta de investimento em saneamento básico tende a aumentar os casos de doenças por veiculação hídrica em crianças no país, assim como a diferença de anos letivos. O país deve aumentar os investimentos em saneamento básico, buscando sempre a universalização, e por consequência, além de melhorar os serviços de água e esgoto, possa também aumentar a média de anos formais de educação e melhorar a saúde das crianças e adolescentes brasileiros.

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