O Instituto Trata Brasil não está sozinho na luta pelo saneamento básico. O Instituto é composto por um grupo de embaixadores que, além de representar o Trata Brasil, apoia as ações pela universalização do saneamento. São 30 embaixadores, entre eles estão pesquisadores, médicos, nomes importantes da literatura brasileira, atletas olímpicos e especialistas do setor assim como o mais novo embaixador do ITB, o Biólogo Mário Moscatelli.
Moscatelli tem ampla vivência profissional na área ambiental, como biólogo, ecólogo e especialista em gestão e recuperação de ecossistemas costeiros. Moscatelli é responsável por trabalhos articulados que visam a recuperação dos manguezais do canal do fundão, aterro de Gramacho, lagoa Rodrigo de Freitas, sistema lagunar de Jacarepaguá, entre diversos outros, que, juntos, somam uma área superior a dois milhões de metros quadrados de manguezais.
Além das diversas recuperações ambientais, Moscatelli comanda o projeto de monitoramento ambiental aéreo Olho Verde. O projeto é uma das formas que Moscatelli criou para proteger o sistema lagunar fluminense. Desde 1997, o biólogo sobrevoa áreas costeiras, denuncia áreas em degradação e encaminha fotos e relatórios a órgãos públicos.
Conversamos com o novo embaixador do Instituto Trata Brasil e uma das maiores referências em defesa ambiental, Mário Moscatelli, sobre os impactos, desafios e soluções da falta de saneamento básico e como ela afeta o meio ambiente.
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Entrevista ? Mário Moscatelli
- Como o Sr. enxerga institutos como o Trata Brasil para a melhoria da sociedade e do saneamento?
São de essencial existência, ainda mais em um país onde as leis criadas são desrespeitadas principalmente pelo poder público e o contraponto às notas oficiais, muitas das vezes fantasiosas, precisam de respostas embasadas tecnicamente em dados concretos. Além da crítica construtiva, a existência de entidades como o Trata Brasil são essenciais para a indicação de soluções factíveis para os problemas do século XIX ainda predominantes no Brasil do século XXI.
- Como você vê o cenário do saneamento básico no Brasil?
O cenário do saneamento básico no Brasil atualmente é trágico, dramático, criminoso, produto da impunidade governamental e da resiliência patológica da sociedade brasileira. Uma tragédia que está longe de acabar!
- Por que você acredita que é um tema difícil de ser tratado?
É difícil de ser tratado, pois falta vontade política e pressão por meio da sociedade. Um país que gasta ?apenas? 1,6 bilhão de reais na construção de um estádio para copa do mundo (Maracanã), é um país governado por gente que não tem reais prioridades!
- Qual seu sentimento, como biólogo, vendo os atuais acontecimentos no país (como no RJ/barragens em MG) e por que esses eventos estão cada vez mais decorrentes?
Meus sentimentos são de revolta, tristeza, cansaço e certeza que no Brasil o mal ambiental compensa. Certeza dos delinquentes ambientais púbicos e privados na IMPUNIDADE, cancro sistêmico que mata rapidamente o Brasil.
- Como e o que a população podem colaborar para o combate à desastres ambientais?
A sociedade precisa tomar vergonha na cara e perceber que as mesmas leis que nos obrigam a pagar impostos são as mesmas que obrigam o poder público a trabalhar em pró da resolução dos problemas de sua contratante, isto é, a sociedade. Enquanto as castas do poder público que mandam e desmandam viverem no século XVIII como a família imperial e nós como colonos, a situação só tenderá a piorar para nós e melhorar para eles. Ou damos um basta nessa relação ultrapassada ou nos acostumemos a viver das migalhas que nós produzimos.
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