Com o passar dos últimos anos, o Brasil apresentou certo avanço no saneamento básico, entretanto, foi um progresso muito tímido com investimentos muito abaixo do necessário. A ausência desses serviços provoca prejuízos à qualidade de vida da população, para a economia do país e principalmente para universalização dos próprios serviços.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), de 2010 para cá, a média em bilhões de investimento caiu consideravelmente, passando de R$ 13 bilhões para R$ 10,96 bilhões em 2017, sendo que o custo para universalizar o acesso aos 4 serviços do saneamento (água, esgotos, resíduos e drenagem) foi estimado em R$ 508 bilhões, no período de 2014 a 2033, pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB), exigindo, portanto, uma média de aproximadamente R$ 18 bi anuais.
O PLANSAB estimava alcançar a universalização do abastecimento de água e dos serviços de esgotamento sanitário até 2033, mas o país está bem longe de conseguir investir o suficiente para isso. Para cumprir esta meta, o Brasil necessitaria investir quase o dobro até a data estimada, objetivo distante de ser atingido, fazendo com que dessa forma a universalização do saneamento não seja alcançada até no mínimo, 2050.
Atualmente, a fração da população brasileira que apresenta acesso a distribuição de água tratada é de 83,4%, fazendo com que quase 35 milhões de brasileiros ainda não recebessem esse essencial recurso. Já a parcela de brasileiros que apresentam o serviço de coleta de esgoto é de 52,4%, deixando cerca de 100 milhões de pessoas sem acesso a este serviço básico. E apenas 45,1% dos esgotos são tratados, tendo em média 5.560 piscinas olímpicas de esgotos sendo despejados na natureza diariamente.
Essa falta de investimento em água e esgoto afeta diretamente os indicadores de saúde, educação, valorização ambiental e produtividade dos brasileiros. Só em 2017, foram quase 260 mil internações por doenças referentes à falta de saneamento. Na educação, o atraso dos jovens sem esses recursos primordiais foi de um ano e meio; o aluguel médio das residências sem saneamento foi de apenas R$ 394,48 , enquanto as que apresentavam acesso a distribuição de água e serviços de esgotamento era de R$ 741,81 e a diferença de renda do brasileiro com saneamento para um que não apresenta esses serviços foi de R$ 1.170,52.
Essas dificuldades permanecerão no nosso país ainda por muito tempo, pois os avanços só devem ocorrer com maiores investimentos por parte dos governos (municipais, estaduais e nacional) em projetos efetivos de melhoras no setor de saneamento. Além disso, o cidadão brasileiro apresenta um papel importantíssimo nesse processo também, conscientizando-se sobre o tema e cobrando as autoridades sobre os benefícios da implantação de serviços de tratamento de água e esgoto em seu município, para quem sabe conseguirmos atingir a universalização do saneamento nas próximas décadas.
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