Saneamento básico nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU

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No ano de 2015, os países tiveram a oportunidade de adotar a nova agenda de desenvolvimento sustentável e chegar a um acordo global sobre a mudança climática no mundo. Naquele ano, as ações tomadas resultaram nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), baseados nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Os objetivos são relacionados às necessidades humanas e contam com temas ligados à saúde, educação, pobreza, alterações climáticas, saneamento básico e sustentabilidade.

Em 2000, a ONU convidou governos, ONGs e sociedade civil a se debruçarem sobre novos debates que culminaram no estabelecimento dos ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com metas a serem atingidas até 2015.  Foram oito grandes objetivos e, entre eles, o ODM - 7: garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, com metas ligadas à água e ao saneamento.

O ODM 7 tinha entre as metas até 2015 reverter a perda de recursos ambientais, reduzir à metade a percentagem da população sem acesso permanente a água potável e a saneamento básico e, por último, até 2020 ter alcançado uma melhora significativa na vida de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados.

Baseado nessa meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu objetivos e metas das ODS que direta e indiretamente se relacionam com a ausência de saneamento básico. Entre elas estão a 6 - água limpa e saneamento,11 - cidades e comunidades sustentáveis e 16 - paz, justiça e instituições fortes.

De acordo com Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, a preocupação da ONU não é à toa. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no mundo há 2 bilhões de pessoas que não possuem instalações sanitárias básicas, e 892 milhões ainda defecam ao ar livre.

Segundo os indicadores oficiais do Ministério das Cidades, através do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), em 2017 o Brasil ainda possuía quase 35 milhões de cidadãos sem acesso à água tratada, metade da população sem coleta de esgotos e somente 45% dos esgotos recebiam algum tipo de tratamento.

Precisamos que o governo federal sinalize recursos de longo prazo, que governadores ajudem na busca por melhorias de gestão das empresas estaduais, que prefeitos deixem de ser passivos e busquem soluções, sozinhos ou em conjunto com outros municípios, que se ampliem as parcerias entre empresas públicas e privadas, que se promova a Educação Ambiental com foco no uso racional da água e valorização do saneamento.

Segundo Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, precisamos de vontade pública e principalmente encarar esse problema de frente para que resolvermos esse problema.

"Precisamos tratar com seriedade um problema que envergonha esta nação, que está entre as 10 maiores economias do planeta, mas que ainda apresenta índices de saneamento do século 19. Saneamento tem que ser visto como questão de Estado e não continuar dependendo da boa vontade de autoridade A ou B. Se não for assim, é certo que outros vexames internacionais virão".

ODS no World Toilet Summit

A 19ª edição do Encontro Mundial de Saneamento - World Toilet Summit Brasil 2019, que acontecerá no Hotel Renaissance, de 17 a 19 de novembro de 2019, em São Paulo tem como objetivo buscar promover o debate quanto à situação do Brasil e da América Latina nas políticas públicas de acesso das pessoas aos serviços de saneamento básico; desde simples banheiros até as redes de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos.

A proposta é compartilhar conhecimento com especialistas nacionais e internacionais na busca pelo comprometimento em assuntos vitais, tais como a cooperação internacional em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em especial o ODS 06, a criticidade da água, o impacto das mudanças do clima no planejamento hídrico, novos desafios da higiene e da saúde, entre outros.

Além disso, a 19° edição do WTS contará com 14 painéis, divididos entre os dias 18 e 19, nos quais estarão presentes autoridades de governos internacionais, especialistas renomados, empresários, formadores de opinião e representantes de instituições de várias partes do mundo que irão debater e propor soluções para os diversos problemas da falta de saneamento básico. Dentre os painéis, um deles será ?ODS 6 na América Latina ? Como chegar a água e saneamento para todos até 2030??

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