Dia Mundial dos Oceanos: Brasil despeja 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento diariamente na natureza

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Números precários de saneamento básico impactam diretamente os corpos hídricos do país

Neste 8 de junho é celebrado o Dia Mundial dos Oceanos. A data foi criada durante a Rio-92, em uma Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Entretanto, a celebração do dia foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) apenas em 2008. O objetivo da data é ressaltar a importância do cuidado e preservação dos oceanos, incentivando a sociedades e as autoridades a estimularem políticas que projetam esse corpo hídrico.

A falta de saneamento básico é um dos principais vetores para poluição e contaminação dos oceanos, rios e mares. Infelizmente, no Brasil, mais de 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto e apenas 50,8% do esgoto gerado é tratado. Ou seja, são mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza diariamente. No mundo, estima-se que aproximadamente 4,2 bilhões de pessoas não tenham acesso aos serviços de saneamento básico.

Deixar escoar os esgotos para os corpos hídricos resulta em diversas consequências negativas, tanto para o meio ambiente, como também para a população. Além da contaminação da água pelo despejo irregular dos esgotos, a deterioração da natureza impacta a área turismo, que é uma importante fonte de renda para qualquer país. A valorização ambiental passa por uma melhor balneabilidade das praias, pela despoluição dos rios e córregos e na oferta universal de água tratada, pré-condição para o pleno exercício do turismo. Para a população, além do desemprego que pode gerar devido as condições precárias para o setor do turismo, a poluição dos rios e oceanos pode acarretar doenças e óbitos por veiculação hídrica.

A conservação dos corpos hídricos seja os oceanos, rios e lagos passa por uma conscientização da sociedade e, principalmente, pela participação política com leis que visem o acesso ao saneamento para todos e a proteção desse recurso tão essencial que é água. Com a aprovação do Marco Legal do Saneamento Básico em 2020, o país tem metas estabelecidas a serem cumpridas até 2033 a fim de universalizar o acesso a água e o atendimento a coleta e tratamento de esgoto para a população brasileira.

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