2,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo não têm serviços de esgotamento sanitário

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Dados presentes no Painel Saneamento Brasil exibem os indicadores de saneamento básico da maior região metropolitana do país

A região metropolitana de São Paulo engloba 39 municípios do Estado, a população corresponde a mais de 21 milhões de habitantes. Na região, 9,7% da população não tem acesso a coleta de esgoto, o que significa, 2,5 milhões de pessoas; em referência ao acesso à água potável, quase 600 mil habitantes não têm este serviço. Na maior região metropolitana do país, 60,4% do esgoto gerado é tratado.

Com relação ao índice de perdas de água nos sistemas de distribuição, a região metropolitana perde 36,2% de toda água potável que é produzida, a média nacional é de quase 40% (39,2%).

A Grande São Paulo, como também é conhecida a área da região metropolitana, apresenta altos índices de internações por doenças veiculações hídricas, uma das consequências pela ausência de saneamento básico. Como exemplo, quase 275 mil internações foram registradas pelo Governo Federal em 2019 em decorrência de doenças originadas pela ausência de água tratada e serviços de saneamento básico. A incidência de internações por doenças associadas à falta de saneamento por 10 mil habitantes no Brasil é de 13,01.

Ao analisar os mesmos dados para as regiões metropolitanas do Brasil, é possível identificar os seguintes números:

QUADRO 1 ? INTERNAÇÕES E OBITOS POR DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HIDRICA DAS MAIORES REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL

Fonte: DataSUS 2019

De acordo com os dados do DATASUS 2019, a Região Metropolitana de São Paulo teve despesas de mais de R$ 3 milhões com internações por veiculações hídricas. Foram registradas mais de 6 mil internações e 139 óbitos, a taxa de incidência de internações por doenças associadas à falta de saneamento da região é de 2,88 a cada 10 mil habitantes ? confira os dados de outras regiões metropolitanas no Painel Saneamento Brasil.

O Painel do Saneamento Brasil disponibiliza outros indicadores para expor as externalidades causadas pelo saneamento básico. Como exemplo, analisando o impacto da valorização ambiental, o aluguel médio de residências com saneamento básico na Grande São Paulo é de R$ 1.250, em contrapartida para residências sem saneamento básico o valor do aluguel é de R$ 450. Essas comparações demonstram uma queda na renda do setor imobiliário em relação à ausência do saneamento. Isto é, um imóvel amparado com serviços de saneamento básico tende a valer mais do que um sem os mesmos serviços, ou que esteja em um bairro sem os devidos abastecimentos.

Para solucionar parte dos problemas ocasionados à ausência do saneamento básico, é necessário investimentos para expandir os serviços. A região Metropolitana de São Paulo investiu mais de R$ 3 bilhões em serviços de saneamento básico, de acordo com dados do Instituto Trata Brasil. Apesar do alto investimento, a maior região metropolitana do continente sul-americano, ainda necessita atender aos mais 500 mil habitantes sem acesso a água potável e aos mais de 2,5 milhões que não possuem coleta de esgoto.

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