O país precisa evoluir nos indicadores básicos para que os (as) estudantes tenham cada vez mais oportunidades de cumprir com a formação educacional
Neste dia 15 de março é celebrado o Dia da Escola. Os serviços de saneamento básico têm papeis essenciais para que milhares de crianças e adolescentes consigam frequentar um ambiente escolar com dignidade e sucesso.
Para entender o impacto da falta do acesso à água potável e esgotamento sanitário na vida dos(as) alunos(as), o ITB, no texto de hoje, discorre sobre o tema por meio de dados presentes no Painel Saneamento Brasil – www.painelsaneamento.org.br
De acordo com dados do IBGE 2019 que figuram no Painel, o atraso escolar dos jovens que moram em residências com saneamento básico é de 1,35 ano. Em contrapartida, os jovens sem saneamento têm um atraso na aprendizagem devido à falta serviços básicos por se ausentarem mais, isto é, o atraso escolar é de 2,07 anos. Analisando o tempo médio do atraso escolar a partir das pessoas com menos de 24 anos de idade, a média é de 1,45 ano.
Tabela – Evolução do indicador de escolaridade com e sem saneamento básico
Outro indicador que demonstra a influência da falta de saneamento no desenvolvimento escolar é o tempo que o (a) estudante frequenta a escola, ou seja, o indicador considera a evasão escolar do (a) aluno (a) causada por problemas relacionados aos serviços precários de saneamento básico.
Um(a) aluno(a) que mora em uma residência com os serviços de água e esgotamento sanitário, tem, em média, 9,23 anos de vida escolar. Por outro lado, quando esse(a) mesmo(a) aluno(a) mora em um local sem os serviços, a vida escolar despenca para 5,34 anos, na média. Além da evasão escolar, as hipóteses são diversas, uma vez que uma criança e/ou jovem sem acesso ao saneamento básico tende a ter mais doenças de veiculação hídrica e, consequentemente, a ausência do ambiente escolar se torna mais comum.
Outro dado impactante foi trazido pelo Censo Escolar de 2020, o qual mostrou que 15 mil escolas não têm acesso a internet, mas 54,9 mil escolas não têm água e/ou coleta de esgoto e/ou banheiros. Ou seja, as escolas brasileiras sofrem com a ausência dos serviços básicos, mas, em muitas delas, o acesso à internet é maior. Ademais, segundo dados do Observa (Observatório do Marco Legal da Primeira Infância), no Brasil 28% das crianças matriculadas na pré-escola não tem acesso a água e esgotamento sanitário no ambiente escolar.
O acesso ao saneamento básico está além de apenas melhorias na área da saúde. Evoluir nos indicadores de água e esgotamento sanitário é possibilitar que mais jovens estejam saudáveis para frequentar a escola e, consequentemente, para que se desenvolvam a fim de contribuir com a sociedade no futuro, buscando construir um Brasil melhor e com mais oportunidades.
Por outro lado, a infraestrutura básica do saneamento precisa estar em 100% das escolas brasileiras, não existe um país desenvolvido com escolas sem acesso à água e/ou esgotamento sanitário e/ou banheiros.