Dados presentes no Painel e no Ranking de Saneamento do Trata Brasil apontam alguns desafios para as cidades onde nasceram as atletas
Nesta última quinta-feira, 29 de julho de 2021, duas brasileiras fizeram história nos Jogos Olímpicos que estão acontecendo em Tóquio, no Japão. A ginasta Rebeca Andrade conquistou a primeira medalha olímpica para o Brasil na ginastica artística feminina e a judoca Mayra Aguiar se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em um esporte individual.
Continuando com as exposições de indicadores de saneamento básico dos locais aonde os atletas medalhistas residem, analisamos mais uma vez estes dados, que estão disponíveis no Painel Saneamento Brasil, plataforma de indicadores de água e esgoto, além de informações socioeconômicos, do Instituto Trata Brasil.
A medalhista de prata na final do individual da ginastica artística feminina, Rebeca Andrade, nasceu em Guarulhos, município do Estado de São Paulo. Na cidade com mais de 1,3 milhão de habitantes, a população sem acesso a água potável é de 3,8%, ou seja, mais de 52 mil habitantes. Ocupando a 40ª posição no Ranking do Saneamento 2021, publicado pelo Instituto Trata Brasil, em Guarulhos, mais de 193 mil habitantes não têm coleta de esgoto, o que corresponde a 14% da população e 69,4% do esgoto gerado é tratado. Além disso, a cidade perde 52,70% da água potável nos sistemas de distribuição.
Medalhista de bronze no judô nas três últimas edições das Olimpíadas, a gaúcha Mayra Aguiar nasceu em Porto Alegre. Na 42ª posição do Ranking do Saneamento 2021, a população da capital do Rio Grande do Sul corresponde a mais de 1,4 milhão de habitantes, onde toda população tem acesso à água potável, entretanto, mais de 129 mil habitantes não têm acesso à coleta de esgoto, ou seja, 8,7% da população; e apenas 51,6% do esgoto gerado é tratado. Ademais, em Porto Alegre, 32,4% da água potável produzida é desperdiçada nos sistemas de distribuição.
A partir dos dados analisados nas cidades onde nasceram as atletas medalhistas brasileiras, diante de alguns desafios apresentados, é necessário que as regiões se esforcem para garantirem o acesso de todos aos serviços básicos. Para cumprir com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico, não apenas essas cidades precisarão cumprir com as metas, mas todo o país precisará oferecer água para 99% da população e coleta e tratamento dos esgotos para 90% dos habitantes brasileiros.
*Foto: Ricardo Bufolin/CBG - Getty Images*