Rios de São Paulo: Hoje é comemorado o dia dos rios, porém poucos são os motivos para celebrar.
Há séculos atrás, os rios foram responsáveis por acolher todos os viajantes e curiosos que chegavam em busca de uma terra chamada Brasil.
Hoje, em pleno século 21 a cidade se expandiu, brigou por mais espaço e acabou espremendo, soterrando, e afastando os rios de nossos olhos e olfato. O percurso das águas acabou recebendo esgoto e, em casos mais extremos, entulho e lixo.
Rios de São Paulo, Qual é a Situação?
Atualmente, São Paulo, terceira maior metrópole do mundo, com uma população média de 11 milhões de habitantes, segundo o censo de 2010, convive com a pressão do crescimento urbano e a missão de zelar pelos rios que cortam a cidade.
Tietê, Tamanduateí e Pinheiros, os principais rios dessa cidade, são considerados mortos devido o nível de degradação por conta do volume de esgoto e lixo despejados nos córregos.
No livro ?Tietê ? presente e Futuro?, do jornalista Carlos Tramontina, há uma citação histórica ao problema nos rios de São Paulo.
Segundo o texto, já em 1904 o rio Tietê chamou atenção do então prefeito da cidade, Antônio da Silva Prado, que após receber um relatório com os problemas do rio, solicitou ao governo do estado ?providências contra os inconvenientes das descargas dos exgottos da cidade no rio Tietê?.
Mas, passados cerca de 100 anos, a despoluição do rio está muito além do desejado. O percurso das águas do Tietê, que corta a cidade, segue como um grande canal de esgoto a céu aberto; são aproximadamente quinhentos dos seus 1.136 quilômetros de extensão poluídos.
Com o rio Pinheiros, Zona oeste de São Paulo, não é diferente.
As águas seguem o percurso margeadas pelo concreto da Marginal Tietê e Pinheiros, estima-se que o rio receba efluentes de 290 indústrias e dejetos de 400 mil famílias, porém ainda é possível encontrar animais como capivaras e pássaros que, em meio a poluição, insistem em fazer das margens um habitat natural e nos oferecer alguma esperança quanto ao futuro do rio Pinheiros.
Partindo para o centro de São Paulo, o morador que já teve a oportunidade de viajar pelo corredor de ônibus, Expresso Tiradentes, deve ter notado o mau cheiro que exala do rio Tamanduateí.
O rio segue um percurso durante o trecho da Avenida do Estado. Um percurso que, ao contrario de proporcionar uma belíssima paisagem para a população, acaba despertando desconforto e mau estar por conta do forte odor que exala das águas contaminadas.
Rios que há séculos atrás foram essenciais para o desenvolvimento da produção agrícola e movimentação da economia, hoje são vistos como obstáculos para o desenvolvimento.
Tiveram seus percursos alterados e sua natureza corrompida pelos esgotos despejados pela população urbana.
Que esse aniversário seja antes de tudo uma oportunidade para refletirmos até quando vamos conviver com essa realidade e deixar que nossos rios sejam tratados como meros depósitos de lixo.
Se você quiser maiores informações sobre a situação dos Rios de São Paulo e situação geral do saneamento básico no Brasil e no mundo, entre no site oficial do Instituto Trata Brasil