Todos os anos, desde 1950, no dia 07 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora o Dia Mundial da Saúde. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre questões ligadas à saúde, trabalhando o tema de diferentes formas para estimular a criação de políticas voltadas ao bem-estar da população. Além disso, as ações realizadas na data são importantes para que a população aprenda a se cuidar e saiba seus direitos em relação à saúde.
A cada ano um tema específico é escolhido para ser discutido com base na agenda internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2022, diante da pandemia, um planeta mais poluído e uma crescente incidência de doenças, o tema é “Nosso Planeta, Nossa Saúde”.
Hoje, no Brasil, a ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica. Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem uma dificuldade com o tratamento do esgoto, do qual somente 50% do volume gerado são tratados – isto é, mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Ou seja, são milhares de pessoas que durante a pandemia não tinham água nem sequer para lavar as mãos, tornando essa parcela da população mais suscetível ao vírus, e milhares expostas aos riscos do esgoto sem tratamento despejado na natureza que pode ocasionar doenças de veiculação hídrica.
Além disso, existem aqueles que não têm banheiro em suas residências, outro problema, pois fazem suas necessidades de forma imprópria e se expõem a doenças. Dados IBGE de 2019 mostram que no Brasil o número de residências sem acesso a banheiro são de 1,6 milhão, ou seja, aproximadamente mais de 5 milhões de pessoas.
Dados de um estudo lançado pelo Trata Brasil em 2021, “SANEAMENTO E DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA – ano base 2019”, mostram que no Brasil, em 2019, houve mais de 273 mil internações por doenças de veiculação hídrica (diarreia, dengue, malária, esquistossomose, leptospirose, entre outras). Ademais, a incidência foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes gerando gastos ao país de R$ 108 milhões.
Enquanto os indicadores de acesso à água potável e coleta e tratamento dos esgotos não avançarem no Brasil, as internações por doenças de veiculação hídrica poderão aumentar, ou seja, com poucas perspectivas de diminuição. Internações devido à ausência do saneamento básico significam mais pessoas fora de postos de trabalhos, evasão escolar, desigualdade acentuada, baixa expectativa de vida e maior ocorrência de óbitos evitáveis.
Veja a programação da OMS para o Dia Mundial da Saúde, acesse: https://www.paho.org/pt/campaigns/dia-mundial-saude-2022