Nos últimos 10 anos, o Brasil vivenciou um avanço significativo no saneamento, mas o país ainda está muito atrasado. Tanto o acesso à água tratada quanto aos serviços de esgotamento sanitário estão aquém dos observados por nações com padrões de desenvolvimento econômico semelhante. A ausência desses serviços implica prejuízos à qualidade de vida da população, demais setores da sociedade e também para a economia do país, principalmente para universalização do saneamento.
A despeito dos inegáveis avanços do saneamento básico no Brasil, o número de brasileiros sem acesso a esses serviços ainda é enorme e o desafio da universalização do saneamento é cada vez maior. Atualmente, mais de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 95 milhões não são contemplados com coleta dos esgotos (SNIS, 2017).
O estudo produzido pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Sabesp, ?Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Básico no Brasil?, mostra que a universalização do saneamento dos serviços de água e esgoto no Brasil poderia gerar impactos positivos, como aumento da produtividade de trabalho - o que resulta em menos pessoas faltando no trabalho devido a doenças -, melhor índice de educação nas escolas, valorização imobiliária e preservação ambiental refletindo também no desenvolvimento do turismo em algumas cidades.
Numa projeção desenhada no estudo, em vinte anos (2015 a 2035), considerando o avanço gradativo do saneamento básico no Brasil, o valor presente da economia com saúde, seja pelos afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação no SUS, deve alcançar R$ 7,2 bilhões no país.
A universalização do saneamento básico, em especial dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, é urgente para que esse panorama mude, a fim de melhorar a saúde da população e para diminuir os gastos com internação por essa enfermidade, e principalmente a mortalidade.