A cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, apresenta bons indicadores de saneamento básico e foi premiada pelo Instituto Trata Brasil como cidade destaque no evento “Casos de Sucesso em Saneamento Básico - Municípios e Parcerias Público-Privada 2020”.
Atualmente o abastecimento de água chega a 98,1% da população. O município realiza a coleta de esgoto de 96,9% dos habitantes e 100% do volume do esgoto gerado é tratado.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério do Desenvolvimento Regional, apontam a seguinte série história na cidade de Araçatuba:
Ano | Indicador de atendimento total de água (%) | Indicador de atendimento total de esgoto (%) | Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%) |
2014 | 98,1 | 97,1 | 100 |
2015 | 98,1 | 97,1 | 100 |
2016 | 98,1 | 97,1 | 100 |
2017 | 98,1 | 97 | 100 |
2018 | 98,1 | 96,4 | 100 |
2019 | 98,1 | 97 | 100 |
2020 | 98,1 | 96,9 | 100 |
O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A EMPRESA GS INIMA SAMAR, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:
Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
Estar entre as principais concessionárias de água e esgoto do Brasil é um grande orgulho para a GS Inima SAMAR. Os cinco anos à frente do saneamento básico de Araçatuba nos trouxe diversos ganhos, principalmente no que diz respeito ao relacionamento com nossos stakeholders. Esse é um dos esforços, se não o mais importante, para que tenhamos uma gestão de sucesso. O trabalho em conjunto entre o poder concedente, a agência reguladora e os acionistas nas soluções das grandes questões nos colocam a frente dos desafios.
Podemos citar também a gestão responsável e eficaz quando tratamos de alocação de recursos. A GS Inima SAMAR tem como foco alcançar as metas mais importantes com direcionamento assertivo para o que realmente fará a diferença para a cidade.
A concessionária atende 100% dos moradores de Araçatuba e, nos últimos anos, tem trabalhado na diminuição de perdas de água tratada no sistema, promovendo a setorização de redes de abastecimento e de outras ações operacionais, entre elas, a construção de uma nova estação de tratamento de água que exigirá investimentos da ordem de R$ 34 milhões.
Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
Ao assumir o controle de operações em Araçatuba, o primeiro grande desafio para a GS Inima SAMAR foi colocar em operação plena, a toque de caixa, uma estação de tratamento de água que já estava pronta, mas que ainda precisava de investimentos para que pudesse atender mais de 30 bairros na cidade. A estação foi construída para tratar a água do Rio Tietê, captada a 15 quilômetros de distância da zona urbana de Araçatuba. Essa força tarefa inicial foi importante para solucionar um problema crônico de falta d’água em uma grande parte do município.
Outro grande desafio vencido foi a reversão da bacia de esgoto dos córregos Tropeiros e Espanhóis, que representava 15% de todo o esgoto coletado no município. Esse esgoto era destinado a duas lagoas que já estavam saturadas. Por causa desse problema, o município tinha firmado um TAC com o Ministério Público. Com a reversão, o esgoto que antes era destinado às lagoas passou a ser canalizado para a ETE Baguaçu, que hoje opera 100% dos efluentes da cidade. Com isso, novas indústrias puderam ser instaladas na região.
O combate às perdas na distribuição da água é outro fator importante do sucesso do saneamento em Araçatuba. As perdas, que eram de 49,5% no início da concessão, no final de 2012, caíram para 34% atualmente e tendem a diminuir ainda mais com investimentos na setorização da distribuição da água em Araçatuba. A cidade está sendo dividida em 42 setores, o que permitirá maior controle da pressão da água na rede e redução dos vazamentos.
Um dos pilares da GS Inima Brasil é promover o envolvimento de todas as partes interessadas em torno de grandes soluções para os problemas existentes, acionistas, poder público, clientes, comunidade, agências, fornecedores, parceiros e colaboradores. Todos se tornam agentes de transformação e dessa forma conseguimos pautar nossas ações e direcioná-las para o que é mais importante e nos ajuda a alcançar bons indicadores e bons resultados.
Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
Criatividade, expertise, operação enxuta e uma boa gestão operacional. O sucesso de uma operação sem muitos recursos está relacionado com essa equação.
Quando se trabalha com uma boa equipe somada a um sólido conhecimento técnico, é possível alcançar resultados satisfatórios com pouco dinheiro. Talvez não seja possível acabar com os problemas de uma vez, mas com certeza eles podem ser mitigados e, com o tempo, resolvidos definitivamente.
Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
É importante investir no fundamental, naquilo que é básico e prioritário para o sistema e para a cidade. Por exemplo: não adianta construir uma estação de tratamento de esgoto, se o esgoto sequer consegue chegar à estação. De forma geral, é necessário direcionar energia para o que é estruturante, como ter um sistema comercial, equipes de manutenção e de operação que mantenham equipamentos e sistemas funcionando, além de uma gestão operacional com foco em resultados e otimização de recursos.
Fazemos parte de uma organização que assumiu um compromisso com o saneamento no Brasil, que segue investindo em conhecimento técnico e tecnologia, e que valoriza as relações institucionais. O foco da GS Inima Brasil em resultados e na gestão sustentável se traduz em um crescimento sólido que pode servir de exemplo para outras empresas.
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