Cachoeiro do Itapemirim

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Cachoeiro de Itapemirim, localizado no Estado do Espírito Santo, foi município destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Casos de Sucesso - Exemplos em Saneamento Básico - Municípios provam ser possível universalizar serviços e reduzir perdas de água 2017”, como cidade destaque em redução das perdas de água.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério do Desenvolvimento Regional, apontam que o abastecimento de água chega para 99,8% da população. 98% dos habitantes têm coleta dos esgotos e 64,4% do volume do esgoto gerado é tratado. Além disso, 25,4% da água é perdida antes de chegar nas residências.

Confira os indicadores da cidade de Cachoeiro de Itapemirim::

Ano  Indicador de atendimento total de água (%) Indicador de atendimento total de esgoto (%) Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%)
2014 97,4 91,3 73,7
2015 97,6 91,6 69,8
2016 98 91,9 62,1
2017 98 91,8 78,3
2018 100 95,6 78,4
2019 99,8 96,6 78,4
2020 99,8 98 64,4


O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A EMPRESA BRK AMBIENTAL, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:

Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?

Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, é exemplo para o Brasil ao ser um dos primeiros municípios a adotar a concessão dos serviços de água e esgoto à iniciativa privada, em 1998, como caminho para enfrentar os enormes desafios do saneamento básico, ainda comuns à maioria dos municípios brasileiros. Como resultado de investimentos contínuos e estruturados, da adoção de processos de gestão e tecnologias, de planejamento e parceria com Município, agência reguladora e população, os cachoeirenses caminham para a universalização dos serviços.

Em 1998, os moradores conviviam com manobras para rodízio entre bairros para ter acesso à água tratada, baixos índices de coleta e tratamento de esgoto (5%) e redes de água precárias, ocasionando vazamentos, além de elevado índice de perdas físicas de água (56%).

Atualmente, cerca de 193 mil habitantes na área urbana do município possuem o serviço de coleta de esgoto. Do total coletado, 98,15% são tratados em 11 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), evitando a poluição do Rio Itapemirim e de córregos. O abastecimento de água tratada alcança 100% das residências urbanas.

Sem os serviços de coleta e tratamento, somente o Rio Itapemirim, que corta a cidade, receberia, por dia, aproximadamente 21 milhões de esgoto in natura. Outro avanço está no índice de perdas totais, que é de 22,51%, abaixo da média do Brasil.

Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?

Havia uma precariedade muito grande na pouca infraestrutura existente dos serviços de água e esgoto, uma população insatisfeita com o que lhe era ofertado e uma parte da opinião pública desconfiada com a concessão plena dos serviços, na época pouco conhecida na área de saneamento básico. Para avançar e Cachoeiro de Itapemirim chegar a ser a referência para o Brasil, aproximando-se da universalização dos serviços, foram necessários muitos investimentos, planejamento, diálogo e aproximação permanentes com os clientes, as comunidades e outros atores sociais.

Atualmente, os desafios são outros. Sensibilizar e conscientizar parte de moradores e donos de estabelecimentos comerciais, para que façam a ligação de seus imóveis à rede coletora de esgoto. Essa medida é essencial para a canalização e o envio à estação de tratamento, onde todo o esgoto passará por processo, antes de ser devolvido em condições adequadas ao rio e córregos.

Outro desafio, potencializado com a pandemia da Covid-19 com as famílias passando mais tempo dentro de casa e a adoção do trabalho home office, é reduzir o descarte incorreto de resíduos sólidos na rede de esgoto. A BRK Ambiental realiza campanhas educativas, de forma contínua, para alertar a população que rede de esgoto é projetada para receber apenas 1% de sólidos e 99% de material líquido, e que o descarte de fio dental, restos de comida e outros prejudicam a eficiência operacional do sistema de esgotamento sanitário. O lançamento irregular da água de chuva na rede de esgoto é um outro problema a ser resolvido na cidade.

Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?

Os serviços de água e esgoto têm elevado grau de complexidade e exigem um grande volume de recursos financeiros. Os investimentos precisam ser contínuos e planejados, com a execução de obras e melhorias sendo acompanhadas e monitoradas em todas as etapas. Em Cachoeiro de Itapemirim, os investimentos, desde o início da concessão, somam mais de R$ 429 milhões. Em 2018, iniciamos um novo ciclo de investimentos, que vai até 2022, com montante de R$ 30 milhões na modernização e ampliação dos serviços.

Para boa gestão e o alcance de resultados, além de recursos financeiros, também são fundamentais outras iniciativas. A BRK Ambiental em Cachoeiro de Itapemirim, em 2012, tornou-se autossustentável em energia após a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH), de 3.8MW, garantindo a eficiência energética e operacional do sistema.

Já em março de 2021, a concessionária recebeu a recertificação das normas ISO 14001: 2015 (Sistema de Gestão Ambiental) e a ISO 9001: 2015 (Sistema de Gestão da Qualidade) para um novo ciclo de três anos, além de conquistar a certificação da norma ISO 45001: 2018 (Norma Internacional para o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional) que traz como foco a melhoria do desempenho em termos de Saúde e Segurança do Trabalho.

Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?

A transformação de vidas proporcionada pelo acesso aos serviços de água e esgoto requer recursos financeiros e uma gestão determinada e eficiente. Alguns aspectos são fundamentais, como realizar investimentos com planejamento no médio e longo prazo, alinhados às necessidades da população e às demandas identificadas pelo município e buscar atuar com base em boas práticas em diversas áreas da empresa.

Outro diferencial é a concessionária zelar pelo relacionamento com os diversos públicos de interesse (clientes, comunidades, município, agência reguladora e representantes públicos), prezando pela transparência, clareza e agilidade no retorno das demandas.

 

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