Umuarama

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A cidade de Umuarama, no Paraná, foi destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Exemplos em Saneamento Básico Municípios provam ser possível universalizar serviços e reduzir perdas de água 2017”, pelo bom desempenho na redução das perdas de água.

Atualmente, o abastecimento de água chega a 100% da população. O município realiza a coleta de esgoto de 100% dos habitantes e 92,1% do volume do esgoto é tratado.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério de Desenvolvimento Regional, apontam a seguinte série histórica:

Ano  Indicador de atendimento total de água (%) Indicador de atendimento total de esgoto (%) Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%)
2014 100 71,9 82,6
2015 100 87,5 84,4
2016 100 94,3 88,5
2017 100 98,7 90,9
2018 100 100 92
2019 100 100 92,1
2020 100 100 92,1

O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ, SANEPAR, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:

Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão de saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
A Gerência Regional da Sanepar em Umuarama tem um histórico de dedicação para com o saneamento e isso se reflete em seus indicadores de desempenho mais importantes, como no Índice de Perdas por Ligação (IPL), Índice de Conformidade de Esgoto (ICE), Índice de Conformidade de Potabilidade (ICP) e Índice de Atendimento com Rede de Esgoto (IARCE). A missão e a visão da companhia já estão no DNA da equipe de trabalho da Gerência, com uma cultura organizacional de valores e princípios corporativos que estabelecem políticas e diretrizes estratégicas que prestam um serviço de forma sustentável e contribuem para a melhoria da qualidade de vida, sempre dentro da ética no exercício da função. A atuação do combate a perdas, por exemplo, ocorre de modo integrado entre os empregados da Sanepar, que trabalham incansavelmente na busca de melhorias para a redução, com pesquisa de vazamentos, controle e monitoramento de válvulas reguladoras de pressão, otimização da macro e micromedição e controle na produção. A Sanepar em Umuarama é uma referência de boas práticas, já que sua atuação está voltada para o conceito de excelência perante as ações de combate a perdas, sendo motivo de procura e consulta por outras gerências da Companhia e também por outras empresas de saneamento de outros estados federativos. Qualidade é a condição para o fornecimento de água potável. É a função da Sanepar, que trata, distribui e comprova sistematicamente a potabilidade da água através de baterias de exames (testes laboratoriais). Todo o minucioso processo de tratamento é acompanhado por técnicos de laboratórios, que atestam a qualidade da água, controlando 24 horas por dia, 365 dias por ano. Para o atendimento ao padrão de potabilidade, conforme exigências do Ministério da Saúde, os empregados são capacitados continuamente, fazendo uso de procedimentos documentados e normatizados e com atendimento ao plano de controle analítico da água. Já quanto ao esgotamento sanitário, na cidade de Umuarama, o índice de cobertura de rede coletora de esgoto está em 95,17%, restando apenas a cobertura com rede coletora em localidades com baixo adensamento populacional. Para que Umuarama chegasse a este índice de cobertura, no passado foi tomada a decisão estratégica de direcionar os recursos disponíveis prioritariamente para a ampliação da rede coletora de esgoto. E, assim como no restante dos municípios atendidos pela Sanepar, 100% do esgoto coletado é tratado. O atendimento às exigências dos órgãos ambientais demanda a efetiva operação dos sistemas de esgotamento sanitário e investimento constante no aperfeiçoamento de processos. Isso faz com que a região de Umuarama tenha o menor índice de mortalidade infantil.

Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
Para contornar a escassez de recursos, que é o maior desafio, buscamos otimizar os recursos disponíveis de forma a realizar o maior número possível de ligações com o menor custo, disponibilizando o serviço para o maior número de habitantes possíveis. Para isso, mantemos parcerias com o município de forma a reduzir os custos de contratação e maximizando as obras e também direcionando recursos para a potencialização da ampliação do sistema de esgotamento sanitário do município, melhorando a abrangência do sistema de esgotamento e, consequentemente, a qualidade de vida da população. Atualmente, o maior desafio é manter a operacionalização do sistema existente, implantado há mais de 30 anos, e que necessita de melhorias constantes para garantir seu perfeito funcionamento.

Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
Tanto na abundância de recursos quanto na escassez, a chave do sucesso é uma boa gestão dos recursos e processos, de forma a obter o máximo retorno possível, aumentando a viabilidade do sistema. A gestão eficiente consegue produzir ótimos resultados. Não adianta ter recurso no caixa e não entender o que deve ser tratado como prioridade, sem conhecer as reais necessidades. Deve-se planejar estrategicamente para atender a toda parte interessada, como poder concedente, órgãos ambientais, entidades fiscalizadoras, a população e entre outros. Infelizmente, sem investimento não se atinge um patamar de excelência no saneamento. Conforme vão surgindo novas tecnologias que otimizam o saneamento, a questão legal fica cada vez mais restrita, exigindo um nível de atingimento desses índices que usualmente não eram cobrados. Outra questão importante é utilizar ferramentas da qualidade no macroprocesso para água e esgoto. Essas ferramentas são de suma importância para obter um resultado adequado dentro dos parâmetros e podem se tornar balizadores para uma boa gestão.

Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
As ações voltadas para a universalização do saneamento devem ser precedidas de uma estratégia que fomente o crescimento econômico e o desenvolvimento local, que demonstraram uma evolução sustentável do negócio, pois a sustentabilidade aparece como atributo básico para a prospecção, já que o compromisso ambiental se transforma em uma vantagem competitiva. No atual cenário do saneamento, o recurso financeiro é escasso para fazer frente ao enorme desafio de atingir a universalização. Por isso é de fundamental importância a priorização dos investimentos, buscando aplicá-los de forma a obter o menor custo possível, com o maior retorno, conseguindo assim otimizar os investimentos. As obras em parceria com os municípios se mostram bastante vantajosas para ambas as partes, com o alcance de elevados índices de coberturas a um custo menor do que os licitados pelas empresas de saneamento. Existe um conselho muito interessante do ponto de vista da gestão que é estudado e analisado ao longo de anos: “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”. Esse texto, de William Edwards Deming, serve como reflexão do dia a dia nos processos de melhoria contínua dos indicadores de saneamento. É fundamental buscar, conhecer, compreender, definir ações, priorizar, medir com vistas ao atingimento dos resultados que atendam aos stakeholders, tendo como prerrogativa o engajamento das pessoas da organização, para que se envolvam dentro da constância de propósito.

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