Vitória, capital do Espírito Santo, foi premiada como cidade destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Casos de Sucesso em Saneamento Básico - Municípios e Agências Reguladoras 2019”
Atualmente, o abastecimento de água chega a 94,2% da população. O município realiza a coleta de esgoto de 81,3% dos habitantes e 74,7% do volume do esgoto é tratado.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério de Desenvolvimento Regional, apontam a seguinte série histórica:
Ano | Indicador de atendimento total de água (%) | Indicador de atendimento total de esgoto (%) | Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%) |
2014 | 100 | 71,9 | 82,6 |
2015 | 100 | 87,5 | 84,4 |
2016 | 100 | 94,3 | 88,5 |
2017 | 100 | 98,7 | 90,9 |
2018 | 100 | 100 | 92 |
2019 | 100 | 100 | 92,1 |
2020 | 93,7 | 80,8 | 87 |
O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO (CESAN) RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:
Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
Desde 2012, o Governo do Espírito Santo, acionista majoritário da Companhia, definiu o saneamento como pauta prioritária, o que contribuiu para alavancar o volume de investimentos realizados no estado. Em 2019, revisitamos os processos para modernizar a governança corporativa e garantir mais agilidade no atendimento e resposta às demandas externas, incrementamos os mecanismos de controle e riscos, e investimos em tecnologia, equipamentos e no aprimoramento profissional dos empregados. Estreitamos o relacionamento com as comunidades e fortalecemos nossa participação nos comitês de bacias, o que gerou um impacto positivo nas rotinas para licenciamento social. Esse conjunto de ações posicionou Vitória à frente das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) e do Novo Marco Regulatório do Saneamento.
Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
A concessão entre a Cesan e o município não estava formalizada. Em 2019, o Contrato de Programa foi assinado com a Prefeitura de Vitória, as metas foram ajustadas e hoje temos um grupo de trabalho colaborativo onde a Prefeitura faz o acompanhamento mensal do cumprimento das ações do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), dando fluidez à execução das ações e celeridade na transmissão das informações. Ações com uso de tecnologia têm sido aliadas para obter melhores resultados como a inspeção de redes com equipamentos de filmagens e inserção de fumaça que permitiu identificar e corrigir ligações irregulares em bairros populosos da Capital. Os próximos passos são implantar um indicador de inspeção de redes de esgoto, que visa atingir o monitoramento de todo o sistema, e executar as ligações intradomiciliares de esgoto, em bairros de vulnerabilidade social de Vitória.
Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
Alocar recursos financeiros de forma eficiente e com uma gestão responsável pode levar a bons resultados, mas numa linha do tempo mais longa, possivelmente, com desafios maiores. O saneamento tornou-se pauta prioritária com a pandemia da Covid-19, e o nosso país necessita de investimentos vultosos para corrigir a defasagem histórica e as mazelas resultantes da falta de infraestrutura sanitária.
Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
Senso de urgência, parcerias e a construção de planos de ações eficazes e que priorizem o acesso das pessoas às devidas condições sanitárias. O saneamento é um instrumento para elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) porque tem impacto direto na educação, na renda e na saúde humana e Vitória é o exemplo, na prática. Dirigir uma empresa com foco na melhoria de vida das pessoas confere sentido à atividade e precisamos dar passos mais largos e rápidos se queremos mudar a realidade do nosso país e das cidades onde vivemos.