Brasil apresenta perdas de água potável maior do que Bolívia, Panamá e Peru

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Estudo do Trata Brasil aponta que o país perde volume equivalente a 7,8 mil piscinas olímpicas de água tratada

No dia 1 de junho, o Instituto Trata Brasil divulgou o estudo “Perdas de Água Potável 2022 (SNIS ano base 2020): Desafios para Disponibilidade Hídrica e Avanço da Eficiência do Saneamento Básico no Brasil. O relatório foi feito com parceria institucional da Asfamas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento) e da Water.org.

O estudo expõe a grande ineficiência do Brasil, maior país da América Latina, em relação a distribuição da água potável pelas cidades, no qual, 40,1% da água é perdida antes mesmo de chegar à casa das pessoas. Segundo dados levantados, a água perdida nos sistemas de distribuição representa um volume equivalente a 7,8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente.

Além de apresenta uma análise dos indicadores de perdas em nível nacional, o relatório também realiza uma comparação com os índices de perdas na América Latina. Entretanto, o relatório utilizou os dados da Asociación de Entes Reguladores de Agua Potable y Saneamiento de las Americas (ADERASA), e que possui dados desagregados de 97 operadores de saneamento distintos em 10 países latino-americanos. É importante ressaltar que no caso brasileiro, adotou-se o IPFT – Índice de Perdas no Faturamento Total, calculado com dados do SNIS 2020 para todo o território nacional.

QUADRO 1 - ÍNDICE DE PERDAS - PAÍSES LATINOAMERICANOS

tabela 1

Fonte: ADERASA 2021. Elaboração: GO Associados.

Como é possível observar na tabela acima, o Brasil apresenta índices de perdas menores do que apenas quatro países, sendo: Equador (43%); Colômbia (46%); Costa Rica (47%); e Uruguai (51%). Sendo assim, mesmo quando comparado a países com níveis de desenvolvimento próximos, o Brasil apresenta resultados insatisfatórios, sendo o 6º entre os 10 países analisados, encontrando-se mais próximo do último colocado (Uruguai, com 51%) do que do primeiro (Bolívia, com 27%) em termos do índice de perdas.

Para o país, a contenção e diminuição do índice de perdas de água podem resultar em melhoras significativas na infraestrutura do saneamento. O valor da água perdida nos sistemas de distribuição no Brasil equivale a  sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do Estado de São Paulo. Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), esse volume seria, portanto, mais que suficiente para levar água aos quase 35 milhões de brasileiros que até hoje não possuem acesso nem para lavar as mãos. Além de atender a este enorme contingente de brasileiros, no que se refere ao impacto ambiental, o volume de água que poderia ser economizado da natureza certamente ajudaria a manter mais cheios os rios e reservatórios espalhados pelo país.

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