Dentre as 27 capitais brasileiras, apenas nove capitais brasileiras abastecem 99% da população com água potável

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Lançado pelo Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, Ranking do Saneamento 2022 analisa os indicadores das capitais brasileiras

Com objetivo de apresentar quais são os desafios que o país enfrenta para atender a população com saneamento básico, o Ranking do Saneamento 2022 expõe os índices dos 100 maiores municípios do país. O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2020.

O relatório completo esmiuça os indicadores de saneamento entre as 27 capitais nacionais. Segundo os dados analisados, somente nove possuem ao menos 99% de abastecimento total de água. Embora a média desse indicador seja de seja de 94,49%, a situação no país é bastante dissemelhante. Existem capitais na Região Norte com indicadores próximos ou abaixo de 50%, como Rio Branco (AC) com 53,16%, Macapá (AP) com 37,56%, e Porto Velho (RO) com 32,87%.

QUADRO 1 - PRINCIPAIS INDICADORES DE SANEAMENTO BÁSICO DAS CAPITAIS

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Fonte: GO Associados/ Instituo Trata Brasil

Em relação à coleta total de esgoto, apenas sete capitais têm o índice com mais de 90% de atendimento, sendo Curitiba,(PR) Porto Alegre (RS), São Paulo(SP), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Brasília (DF) e Boa Vista (RR). Assim como no indicador anterior, há capitais na Região Norte com taxas de esgotamento sanitário baixas, inferiores a 20%. É o caso de Belém (PA) com 17,14%, Macapá (AP) com 10,78%, e Porto Velho (RO) com 5,88%.

Importante ressaltar que este indicador evoluiu 6,27 pontos percentuais entre 2016 e 2020. Entre as capitais brasileiras, 24 melhoraram seus níveis de coleta de esgoto, sendo que cinco delas aumentaram esse indicador em mais de 10 p.p. O maior destaque é Boa Vista, capital de Roraima, com um incremento de 31,33 pontos percentuais.

No que diz respeito ao tratamento de esgoto, os problemas parecem ainda maiores. Apesar de seis capitais apresentarem ao menos 80% de tratamento de esgoto, apenas duas tratam ao menos 90% do esgoto produzido: Brasília (DF) com 90,03% de tratamento e Curitiba (PR) que trata 95,09% dos esgotos. Além disso, é importante ressaltar que Porto Velho (RO) sequer contabilizou o indicador, demonstrando 0%  de esgoto tratado.

O indicador de tratamento de esgoto também apresentou números significativos de evolução entre 2016 e 2020. As capitais brasileiras avançaram, em média, 9,41 pontos percentuais neste indicador. Dentre elas, quatro aumentaram seus níveis de tratamento em mais de 20 pontos percentuais, sendo essas capitais: Cuiabá (MT), Palmas (TO), Boa Vista (RR), e o Rio de Janeiro (RJ).

Analisando o indicador de perdas na distribuição, somente Campo Grande (MS) e Goiânia (GO) apresentaram índices menores que 25%, com 19,32% e 18,76%, respectivamente. O maior número de perdas de água nos sistemas de distribuição é encontrado em Porto Velho (RO) que perde 84,01% e Macapá (AP) com 74,94%.

A análise realizada entre as capitais brasileiras mostra como a situação do país é heterogênea nos indicadores. O Ranking do Saneamento 2022 traz um alerta para os municípios que se encontram na parte debaixo da tabela, isto é, que estão se distanciando até mesmo de cidades que ocupam o meio da tabela.

Luana Pretto, Presidente-Executiva do Instituto Trata Brasil, comenta sobre a estagnação dos municípios que estão sempre nas últimas posições. “O que nos assusta é que estas cidades, mais uma vez, são da região Norte do país, aonde o acesso ao saneamento ainda é mais deficitário do que em outras regiões. Há capitais que estão trabalhando nos últimos anos para saírem dessa posição, mas não é a regra, é a exceção.

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