Gastos com saneamento básico apresentam estabilidade no orçamento familiar nos últimos anos

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No dia foi 8 de dezembro é celebrado o Dia da Família, a oficialização da data ocorreu em 1963, por meio do Decreto de Lei nº 52.748. Visando esse dia, no texto de hoje o ITB apresentará um balanço dos gastos familiares com serviços de saneamento básico nas cidades brasileiras, comparativamente a outras infraestruturas (energia, telecomunicações, gás).

O estudo do Trata Brasil “As Despesas da Família Brasileira com Água Tratada e Coleta de Esgoto”, elaborado pela Consultoria Econômica Ex Ante, foi divulgado neste ano de 2021. O relatório traz dados importantes para podermos entender o peso das despesas em relação à necessidade dos serviços de água tratada e esgotamento sanitário para a qualidade de vida da população brasileira – confira o estudo completo: http://www.tratabrasil.org.br/pt/.

Segundo dados do estudo, houve avanço nos serviços de saneamento nos últimos 10 anos (período de 2008 a 2018), isto é, mais famílias tiveram acesso aos serviços de água e coleta dos esgotos. Analisando monetariamente os valores, a despesa nacional média das famílias com as contas de água e esgotos não aumentou; ao contrário, houve ligeira queda de 1,0% no período, passando de R$ 68,86 em 2008 para R$ 68,20 em 2018.

Comparando as despesas com outros serviços, por exemplo, os gastos médios das famílias brasileiras com telecomunicação foram de R$ 117,31 e com energia elétrica de R$ 124,75, em média. No período de 2008 a 2018, enquanto as despesas médias com eletricidade e telecomunicação cresceram 4,3%e 7,6% respectivamente, as com água e esgoto caíram 1,0%.

Como conclusão é possível observar que o peso das despesas com saneamento na renda das famílias reduziu de 1,37% para 1,26%. Em contrapartida, as famílias brasileiras gastaram mais com energia elétrica e telecomunicações.

A partir das informações apresentados ao longo do estudo,  pode-se observar que o saneamento básico (serviços de água e esgoto) foi o único serviço de utilidade pública, dentre os que foram comparados (energia elétrica, telecomunicações e gás) que apresentou redução de despesa média. Mesmo com avanço no saneamento básico entre 2008 e 2018, os serviços de água e esgotamento sanitário não apresentam um peso imoderado na renda das famílias brasileiras.

O setor de saneamento nacional apresenta grande ineficiência, cerca de 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e quase 100 milhões de brasileiros não têm atendimento a coleta dos esgotos. O estudo mostrou que os custos das famílias com água potável e esgotos não estão entre os vilões no orçamento familiar. As empresas operadoras, agências reguladoras e autoridades precisam trabalhar com urgência para que todas as famílias do país tenham acesso aos serviços, a fim de cumprir com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento.

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