Impactos das mudanças climáticas e do desenvolvimento econômico na demanda por água potável até 2040

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Em agosto de 2020, o Instituto Trata Brasil lançou um novo estudo, intitulado de ?Demanda Futura por Água Tratada nas Cidades Brasileiras ? 2017 a 2040?, o qual mostra os cenários do consumo de água no futuro frente a novas perspectivas demográficas, econômicas e as mudanças climáticas.

Feita pela Ex Ante Consultoria, a pesquisa conta com importantes apoios acadêmicos, além do apoio institucional da organização The Nature Conservancy (TNC).

O estudo teve como objetivo desenhar cenários de demanda futura de água nas moradias brasileiras até 2040, sob diferentes condições econômicas, demográficas e de padrão de consumo, visando amparar planejamentos de longo prazo em especial na gestão de recursos ambientais.

De acordo com o estudo, os cálculos, para os próximos 23 anos (2017 a 2040), evidenciaram que espera-se um grande aumento na demanda pela água no Brasil somente em razão do crescimento econômico e da expansão demográfica. A demanda potencial de água pode atingir 14,2 bilhões de m³ em 2040, indicando um acréscimo de 2,8 bilhões de m³ em relação à demanda de 2017. Esse é um volume tão grande que corresponde à soma do consumo de água de todos os municípios do Estado de São Paulo em 2017.

Vale ressaltar também que caso a água seja plenamente atendida em 2040, algo que não ocorreu em 2017, será necessário entregar nas cidades brasileiras 4,3 bilhões de m³ de água a mais do que foi efetivamente entregue em 2017. O crescimento de demanda seria, portanto, de 43,5% em 23 anos, ou ainda, de 1,6% ao ano. Esse volume se aproxima da demanda efetiva dos estados de São Paulo e Minas Gerais em 2017. Também como forma de comparação, precisaríamos de mais de quatro Sistemas Cantareira mais só para atender a água adicional em 2040.

Caso continuemos no mesmo caminho em que estamos, o estudo aponta que a produção necessária adicional de água seria de 7 bilhões de m³ em 2040: 4,3 bilhões de m³ para suprir a demanda adicional e 2,6 bilhões de m³ de desperdícios. Deixando claro como o país deve se atentar a diminuição das perdas na distribuição. O que se desperdiçou de água tratada em 2017 (3,8 bilhões de m³) seria quase o suficiente para suprir a demanda incremental (4,3 bilhões de m³). Assim, as reduções das perdas são fundamentais para o equilíbrio hídrico das cidades brasileiras.

Outro fator muito importante do estudo é a relação com às mudanças climáticas, o estudo apontou que houve um acréscimo de temperatura no país, usando os estados de São Paulo e Ceará entre 1980 e 2015 como parâmetros, o que mostra uma evolução real das mudanças climáticas no país. O estudo mostrou que o acréscimo de 1° C na temperatura máxima ao longo do ano até 2040 no Brasil elevaria o consumo de água em 2,4%. Isso resultaria numa nova demanda, adicional às causadas pelos fatores econômicos e demográficos, próxima a 343 milhões m³ por ano. E, se mantendo a atual ineficiência na distribuição da água potável, com perdas da ordem de 38%, a quantidade adicional de água a ser produzida seria de 556 milhões m³ por ano (343 milhões m3 para atender a população e 213 milhões m3 de perdas). Esse volume corresponde a uma demanda incremental maior que a exercida na cidade do Rio de Janeiro em 2017.

Para saber mais sobre o assunto, acesse o site e confira o relatório completo:

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