ITB apresenta novo estudo sobre perda de água potável e os desafios para disponibilidade hídrica

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Em pleno século 21, e no maior país da América Latina, o Brasil ainda registra grande ineficiência na distribuição da água potável pelas cidades

Na segunda-feira, 31 de maio, o Instituto Trata Brasil em parceira institucional com a Asfamas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento), lançou o novo estudo ?PERDAS DE ÁGUA POTÁVEL (2021, ano base 2019): DESAFIOS PARA A DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AO AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO?. O estudo, com elaboração da consultoria GO Associado, foi realizado a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2019) e abrange uma análise do Brasil, das 27 Unidades da Federação e as cinco regiões, bem como as 100 maiores cidades ? os mesmos municípios do Ranking do Saneamento Básico.

Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, avalia que as perdas de água no Brasil estão piorando ano após anos. ?O Trata Brasil já há alguns anos estuda a situação das perdas de água potável e estamos cada vez mais preocupados, pois os números só pioram. Ao não atacar o problema, as empresas operadoras de água e esgotos precisam buscar mais água na natureza, não para atender mais pessoas, mas para compensar a ineficiência. Em momentos de pandemia e pouca chuva, isso cobra um preço altíssimo à sociedade?.

Contexto do Brasil em relação a perda de água

Números apontados no estudo mostram que no Brasil quase 40% (39,2%) de toda água potável não chega de forma oficial a residências dos brasileiros, como por exemplo, vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Esse volume perdido representa 7,5 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente ou sete vezes o volume do Sistema Cantareira ? maior conjunto de reservatórios para abastecimento do Estado de São Paulo.

Todo esse volume desperdiçado seria suficiente para atender aos quase 35 milhões de brasileiros que não tem acesso a água nem para lavar suas mãos durante a pandemia da Covid-19.

Comparação com outros países da América Latina

O estudo utiliza para comparação a Asociación de Entes Reguladores de Agua Potable y Saneamiento de las Americas (ADERASA), que obtém dados desagregados ao nível de 115 operadores de saneamento distintos em 10 países latino-americanos.

Com base no IPFT (Índice de Perdas de Faturamento Total), o Brasil apresenta números insatisfatórios, sendo o 5º entre os 10 países analisados e muito mais próximo do último colocado (Colômbia, com 46%) do que do primeiro (Chile, com 31%) em termos relativos.

QUADRO - ÍNDICE DE PERDAS - PAÍSES LATINOAMERICANOS

QUADRO 1 - ÍNDICE DE PERDAS - PAÍSES LATINOAMERICANOS

* No caso Brasil adotou-se o IPFT nacional, calculado com o SNIS 2019. Fonte: ADERASA 2017. Elaboração: GO Associados.

Indicadores por regiões nacionais

A região Norte do país que apresenta os piores indicadores de saneamento básico, também obtém o maior índice de IPD (Índice de Perda na Distribuição) correspondendo a 55,2%, ou seja, a região perde mais da metade da água potável que é produzida. Logo em seguida, a região Nordeste também aponta indicador alto, com 45,7%.

Confira os dados de outras regiões com relação a perdas na distribuição:

Confira os dados de outras regiões com relação a perdas na distribuição:

Fonte: SNIS 2019. Elaboração: GO Associados.

Ganhos econômicos com a redução das perdas de água potável  

O estudo considera três cenários para calcular os possíveis ganhos econômicos que o Brasil teria se caminhar para um aumento da eficiência na distribuição da água potável.

Foram definidos três cenários para a média nacional do nível de perdas, com base no nível a ser alcançado em 2034: 15% (otimista), 25% (realista) e 35% (pessimista).

Tomando como referência o cenário base, existe um potencial de ganhos brutos com a redução de perdas de R$ 54,1 bilhões até 2034. Prevendo que metade deste valor precisaria ser reinvestido no próprio combate às perdas, o benefício líquido ainda assim seria da ordem de R$ 27,1 bilhões em 15 anos.

Clique aqui e confira o estudo completo no site.

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