A origem dos banheiros

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Imagem de Chris Keller por Pixabay 

Ter acesso a banheiro, além de ser uma questão de dignidade básica para qualquer um, traz diversos benefícios para sociedade e eleva a qualidade de vida da população.

Entretanto, infelizmente mais de um bilhão de pessoas no mundo não têm acesso ao banheiro, o que representa 14% da população mundial. No Brasil, o número é de 2%, que quando revertidos em pessoas totalizam mais de cinco milhões de brasileiros que também sofrem com este problema.

Essa situação atinge principalmente os países em desenvolvimento e, como consequência da falta de saneamento, mais de um milhão de mortes são contabilizadas por ano no mundo em decorrência as doenças provindas do contato direto com os dejetos humano e/ou esgoto ao céu aberto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pela falta de banheiro adequado. Destas mortes, aproximadamente 84% são de crianças. 

Durante o 19º Encontro Mundial de Saneamento ? World Toilet Summit, que ocorreu em São Paulo de 17 a 19 de novembro de 2019, o tema foi recorrente nas mesas de discussões com especialistas de vários cantos do mundo. Um dos destaques durante o debate sobre a ausência de banheiros no mundo, e no Brasil, Jack Sim, fundador da World Toilet Organization, de Singapura, contou aos participantes sobre os projetos que autoridades mundiais estão criando, ao redor do mundo, para disponibilizar banheiros para as pessoas. Muitas escolas e pontos turísticos brasileiros também não contam com a disponibilização de banheiros, o que impacta negativamente a saúde das pessoas e também o meio ambiente.

Já sabemos da importância do banheiro, mas afinal, vocês sabem como e onde ele surgiu?

No texto do blog de hoje contaremos toda a história dos vasos sanitários, ou como são mais conhecidos: as famosas privadas.

Apesar de diversos estudos sobre vasos sanitários existirem há mais de quatro mil anos, o conceito atual e tão indispensável a qualidade de vida da população surgiu apenas no final do século XVI. O responsável por inventar a privada semelhante à que conhecemos hoje foi o poeta inglês John Harrington, afilhado da Rainha Elizabeth I.

Em 1596, em um momento de descontração na propriedade de sua família, Harrington começou a desenhar rascunhos de algo mecânico que eliminava dejetos humanos. Em 2 ou 3 dias de trabalho, criou um modelo rudimentar da privada. Ao tomar conhecimento da invenção, a rainha Elizabeth, interessada, encomendou um modelo.

A novidade contava com um reservatório de água que apresentava uma abertura no fundo, selada por uma válvula de couro. Um sistema de alças, alavancas e contrapesos faziam o sistema funcionar. Embora até a rainha tenha se interessado pela invenção, a novidade foi logo ignorada e permaneceu esquecida por quase dois séculos. A população da época preferiu continuar com o antigo hábito de esvaziar baldes de esgoto pela janela.

Em 1778, a invenção de Harrington ganhou uma importante novidade. O mecânico e engenheiro Joseph Bramah, também inglês, criou a bacia sanitária com descarga hídrica, possibilitando que os dejetos fossem eliminados por sucção.

O desenho definitivo veio com a primeira privada de cerâmica, em 1885, uma criação de Thomas Twyford que lançou as primeiras privadas de porcelana e substituíram as peças de madeira. O vaso de cerâmica de Twyford trouxe a vantagem de facilitar a limpeza e a instalação.

Assim, o vaso sanitário ganhou popularidade e se transformou em objeto de extrema necessidade nas residências, provocando a melhoria das condições de saúde de milhões de pessoas. As fezes humanas carregam mais de 50 doenças transmissíveis, e uma privada pode reduzir infecções em 40%. A invenção mais importante do mundo proporcionou o descarte mais eficiente de dejetos, diminuindo doenças e aumentando a expectativa de vida nas cidades, permitindo o mundo ser como o conhecemos hoje.

Hoje, a importância do vaso sanitário é de total reconhecimento. No livro As 100 maiores invenções da história, o escritor americano Tom Philbin classificou-o na 16ª colocação. Em 2007, o museu Gladstone Pottery, da cidade britânica de Stoke-on-Trent, assegurou junto à União Européia uma verba de mais de 2 milhões de dólares com o objetivo de contar a história do vaso sanitário.

Curiosidade: Em 2012 foi criada a privada mais eficiente do mundo. A Bill and Melinda Gates Foundation, uma das mais importantes fundações do mundo, lançou um desafio para as principais universidades: recriar a privada, tendo como objetivo principal criar uma solução mais eficiente da mesma. Em 2012, a Caltech (California Institute of Technology), foi anunciada vencedora com uma solução que converte os dejetos da privada em hidrogênio e eletricidade. Um reator eletroquímico movido à energia solar elimina organismos nocivos e oxida resíduos de forma que eles tenham serventia e não sejam apenas descartados.

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