Como a falta de saneamento básico impacta na saúde dos idosos brasileiros?

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Imagem de Sabine van Erp por Pixabay

A população idosa no nosso país não para de crescer, estimasse que no Brasil, cerca de 15 milhões de pessoas já passaram dos 60 anos de idade. Daqui a 20 anos, essa população deve dobrar. No mundo inteiro a população está ficando mais velha. Até 2050, o número de pessoas acima de 65 anos será maior do que o de pessoas com menos de 15, nos países mais avançados. Hoje, a expectativa de vida nos países desenvolvidos é de cerca de 75 anos e será de mais ou menos 90 anos em 2050. A partir disso, vemos como é importante e necessário olharmos de forma mais atenta para a nossa 3° idade, principalmente no momento em que estamos vivendo.

A qualidade de vida está muito associada a vida ativa dos idosos: a busca por hábitos saudáveis como atividade física e alimentação saudável; manter a mente estimulada com novas atividades, e acima de tudo apresentar ótimas relações sociais com a família e amigos. Entretanto, mesmo seguindo à risca todas essas dicas, muitos idosos acabam tendo complicações por outro motivo: a falta de saneamento básico.

Os indicadores de saneamento no Brasil são muito preocupantes: o país tem perto de 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada, quase metade da população ? 95 milhões de brasileiros ? não tem rede de esgotos e somente 46,3% do volume de esgoto gerado no Brasil é tratado.

Os investimentos insuficientes em água e esgotamento sanitário durante 2010 a 2018 afetaram a saúde da população, ocorrendo diversos casos de doenças por veiculação hídrica (malária, leptospirose, dengue, diarreia, entre outras), principalmente em idosos de 60 anos ou mais. Só no ano de 2018, a incidência de internações devido à falta de saneamento em idosos entre 60 e 80 anos foi de 10,46 a cada 10 mil brasileiros. Já em idosos acima dos 80 anos, a incidência chegou 27,66 a cada 10 mil brasileiros internados no mesmo ano.

Mesmo com o passar dos anos, as internações de idosos ainda estão muito altas. Em 2018 foram registradas 41.618 internações de idosos acima dos 60 anos relacionas a falta de saneamento, cerca de um sexto de todas as internações por veiculação hídrica do país. Para ter uma noção, em 2010 esse número era de 86.433, porém mesmo caindo pela metade ainda é muito pouco para um período de 9 anos.

O Brasil, como já dito, está em um caminho de atenção quando falamos em saúde, e os números de 2010 a 2018 já mostraram que os baixos investimento em saneamento básico tende a aumentar os casos de doenças por veiculação hídrica em idosos no país. Quando falamos nesse tipo de doença, o Nordeste é disparado a região com maior número de internações sexagenárias no Brasil, totalizando 19.320 casos em 2018, já o Centro-Oeste é o mais positivo nesse quesito, 3.529 idosos foram internados por doença de veiculação hídrica no mesmo ano.

Precisamos agir e cobrar maiores investimentos na área do saneamento básico do país, visando a universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário, além de uma melhor qualidade de vida para toda a população. E acima de tudo precisamos valorizar mais nossos idosos, preocupando-nos com sua saúde e bem-estar, pois nos próximos anos o número de pessoas acima dos 60 anos será enorme e caso não haja melhora no futuro, os idosos que passarão por essas dificuldades devido à falta de saneamento básico, seremos nós.

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