Impactos do saneamento básico nos empregos dos brasileiros

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Atualmente, mesmo com certos avanças, o Brasil ainda está muito longe do ideal quando falamos em saneamento básico. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) ? ano base 2019, no país, são quase 35 milhões de pessoas sem acesso ao atendimento de água, o equivale a população total do Canadá. 45,9% da população não tem acesso à coleta de esgoto, o que representa quase 100 milhões de pessoas, ou para exemplificarmos melhor, equivalente ao dobro da população da Espanha. Já no que diz respeito ao tratamento, apenas 49,1% de todo o volume de esgoto é tratado, o que representa milhares de piscinas olímpicas de esgoto jogadas diariamente na natureza.

Entre uma das principais consequências da precariedade dos serviços, está o impacto no emprego dos brasileiros. De acordo com dados do Painel Saneamento Brasil, plataforma com os principais indicadores socioeconômicos e ambientais divulgado pelo Instituto Trata Brasil, há três formas de o saneamento básico impactar no trabalho da população, duas negativas e uma positiva. São elas:

Diferença Salarial

Há diferença no que diz respeito aos salários dos trabalhadores que residem em locais com saneamento básico e os que residem em locais sem acesso aos serviços. Estima-se que no Brasil, a diferença salarial de um trabalhador com saneamento básico em sua residência para um sem esses recursos é cerca de R$ 2,4 mil.

Ao compararmos as rendas dos anos de 2010 até 2018, vemos que a renda do trabalhador sem saneamento continua sendo sempre em torno de 1/6 do que ganha o trabalhador com esses recursos básicos em casa. Em 2010, a renda sem saneamento foi de R$ 270,59 enquanto quem tinha saneamento recebia R$ 1,5 mil. Cerca de R$ 1,3 mil a mais por apresentar água, coleta e tratamento de esgoto em casa.

Afastamento do Trabalho

Se for dado acesso à coleta de esgoto a um trabalhador que mora em uma área sem acesso a esse serviço, espera-se uma melhora geral na qualidade de vida gerando menos índices de internação de veiculação hídrica e redução do número de dias afastado do trabalho.

Entre as principais doenças de veiculação hídrica estão: doenças gastrointestinais infecciosas, febre amarela, dengue, leptospirose, malária e esquistossomose. Só no ano de 2018, foram 233.880 casos de internações por esse tipo de doença, fora os casos menos severos, que mesmo sem internação, tiveram que se manter em repouso, o que resultou 718.996 afastamento de trabalhadores de seus empregos para cuidarem de sua saúde.

De acordo com dados do Painel Saneamento Brasil, se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgoto haveria uma redução, em média, de 300 milhões de reais gastos com internações por veiculação hídrica todos os anos, além de diminuir o número de pessoas internadas, possibilitando uma produtividade maior, menos afastamentos, gerando efeito também, na remuneração mensal do trabalhador.

Geração de Empregos

Apesar do saneamento no Brasil ainda estar distante do ideal, acarretando diversos problemas socioeconômicos para a população, ainda tivemos consequências positivas no ano de 2018, dentre elas, a geração de empregos nos investimentos e operações dos serviços de água e esgoto. Só no ano de 2018, foram gerados 214,3 empregos nos investimentos e 388.623 na operação, resultando em um total de 602,9 novos empregos frutos do saneamento básico.

Para saber mais sobre renda, emprego, trabalho e outros dados associados ao saneamento básico do país acesse:

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