Comenta sobre a carreira de atleta, analisa as ações preparatórias para a Copa de 2014 e as Olímpiadas em 2016
- Como está sua vida nesta fase? Com quais projetos e compromissos você está envolvido?
Grael: A vida está muito boa e com saúde que é importante. Compartilho à alegria de estar unido em minha família, de estar perto do mar e constantemente navegando. Atuo como palestrante em todos os estados do Brasil, participo de várias iniciativas de democratização do esporte como o Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael) e também como embaixador de causas nobres como da Special Olympics (esporte para deficientes mentais) e do Instituto Trata Brasil (trata de políticas de saneamento).
- Em seu livro ?A Saga de um Campeão?, você faz a seguinte declaração: ?O compromisso com o esporte nacional é a motivação superior que me anima a ultrapassar a minha limitação e a esquecer a dor. Abracei essa causa de corpo e alma?. Estes princípios também são utilizados em seus compromissos sempre que ocupa funções na gestão pública?
Grael: Seguramente! São alguns dos princípios que nortearam minha atuação em cargos públicos quando fui Secretário Nacional dos Esportes (2001 e 2002) e Secretário Estadual de São Paulo (2003 a 2006). O compromisso é permanente, independente de ocupar cargos públicos, ou, não. Atuo desde Presidente do Conselho do meu clube em Niterói, o Rio Yacht Club, na classe Star aonde velejo, na Atletas pela Cidadania, como no Conselho do Desenvolvimento do Esporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro. - Como membro da Comissão Olímpica Brasileira (CBO) em diversas oportunidades, como o senhor avalia o processo de desenvolvimento das ações preparatórias para a realização das Olimpíadas que acontecerão no Brasil ? Grael: O projeto é bom e várias frentes estão se movimentando. O trabalho do COB e do Centro Paraolímpico Brasileiro (CPB), mostram em resultados o avanço do esporte no Brasil. O Ministério do Esporte aumenta sua capacidade de promoção e suporte. A Autoridade Pública Olímpica ainda não se consolidou. Prefeitura do Rio e Governo do Estado do RJ avançam com obras e projetos. Porém, preocupa-me temas ligados á infra-estrutura, aeroportos, saneamento, meio ambiente e a poluidíssima Baía de Guanabara. - Quais são os aspectos mais importantes que devem ser considerados para que as Olimpíadas no Brasil tragam ao país desenvolvimento e inclusão social? Grael: Investimentos no esporte escolar. Economia e seriedade nos gastos públicos. Investimentos duradouros que sejam úteis após as Olimpíadas e Copa do Mundo. Parcerias público-privadas. Conscientização da sociedade. - E a Copa do Mundo, trará benefícios sociais e na infra-estrutura do País? Grael: Investimentos apenas nos estádios de futebol não serão sustentáveis. Alguns destes estados gastam cifras bilionárias para a Copa do Mundo, mas alegam não ter orçamento para construir uma quadra poli-esportiva numa escola pública. Não valorizam o profissional de educação física. Investir nos respectivos aeroportos, transporte urbano, estacionamentos dimensionados, segurança pública e saneamento em toda esta estrutura, torna-se imperativo. - De 1996 a 2002, você integrou a Comissão de Esporte e Meio Ambiente do Comitê Olímpico Brasileiro. Quais ações do Comitê Olímpico, daquele período, o senhor destacaria como contribuições para a melhoria da qualidade ambiental? Grael: A conscientização de ações e investimentos esportivos associados á preservação ambiental. Trata-se de política do Comitê Olímpico Internacional - COI que refletiu no Comitê Olímpico Brasileiro. Foi um marco nos Jogos de Barcelona que culminou com os Jogos de Sidney (as Olimpíadas verdes). Preocupo-me com a agenda ambiental da Copa e das Olimpíadas. Não parece ser uma prioridade.