O World Toilet Summit, evento que ocorre todo ano, no período em que todos os continentes comemoram o Dia Mundial do Banheiro, 19 de novembro, convidou o Brasil a sediar o principal evento sobre banheiro, higiene, saneamento e água no mundo, para a 19ª edição, debatendo e propondo soluções para a melhora destes problemas, sobretudo no Brasil.
Entretanto, é a primeira vez em 19 anos, que a América Latina, representada pelo Brasil, irá celebrar de perto o dia 19 de novembro, sediando o World Toilet Summit, que ocorrerá no Hotel Renaissance em São Paulo, de 17 a 19 de novembro de 2019 com a presença de chefes de estado, especialistas internacionais, representantes de organizações e formadores de opiniões.
Mas por que a América Latina e o Brasil?
Para podermos entender melhor a situação do Brasil mediante a América Latina, segundo dados retirados do estudo ?BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA EXPANSÃO DO SANEAMENTO NO BRASIL? feito pelo Instituto Trata Brasil em 2018, apenas 50,3% da população brasileira tinha acesso aos serviços de coleta de esgoto em 2015. Em termos globais, vale registrar que 105 países tinham percentuais de população com acesso aos serviços de esgotamento sanitário maiores que a do Brasil. Essa situação é, alarmante, para uma nação que era, em 2015, a 7ª maior economia do mundo. O percentual de população com acesso ao esgotamento sanitário no Brasil era inferior ao índice das Américas do Sul e Central, que já se encontrava em 83,2% da população. Todos países do Mercosul (Uruguai, Argentina, Paraguai) registraram índices melhores que o brasileiro.
Outro dado que chama a atenção é o da população sem acesso a nenhuma forma de esgotamento sanitário: 2,1% da população brasileira. Isso correspondeu a uma população estimada de 4,4 milhões de pessoas em estado de defecação aberta. Esse índice é considerado bastante negativo visto que 118 países de 198 registraram índice de defecção aberta inferior ao verificado no Brasil em 2015.
A situação do saneamento tem impactos imediatos nos indicadores de saúde. A taxa de mortalidade de crianças com até 5 anos de idade foi de 16,4 mortes por 1.000 nascidos vivos no Brasil em 2015. Esse valor era bem mais baixo que o da média mundial para esse ano, mas superior às taxas de mortalidade infantil de Cuba (5,5?), Chile (8,1?) ou Costa Rica (9,7?). Também era maior que os vizinhos Argentina (12,5?) e Uruguai (10,1?). A partir isso, vê-se claramente que, quanto maior o acesso ao saneamento, menor a mortalidade infantil. Outro ponto são as doenças por veiculação hídrica, quase 268 mil internações apenas por diarreias graves no país em 2015, boa parte delas ocasionadas pela falta de banheiros e de saneamento básico.
A situação precária do saneamento também se reflete na longevidade da população. A esperança de vida no Brasil, de 74,4 anos em 2015, era menor que a média da América Latina (74,9 anos). Em relação aos países mais próximos, o Brasil ficou atrás do Uruguai (77,0 anos), da Argentina (com 76,2 anos) ou do Chile (81,5 anos).
Os efeitos na economia também são evidentes. O turismo, uma atividade que depende de boas condições ambientais para seu desenvolvimento, sofre com a falta de saneamento. Aquelas economias latino-americanas com melhor desempenho na área do saneamento têm fluxos internacionais de turistas relativamente maiores. Em Cuba, Chile e Argentina chegaram 261, 207 e 138 turistas estrangeiros por mil residentes em 2014. No Brasil, esse número foi de apenas 31 turistas por mil residentes. E isso ocorreu no ano em que o país sediou a Copa do Mundo de Futebol.
Para compararmos melhor a situação do saneamento básico do Brasil com os outros países Latinos, segue abaixo tabela com os dados dos serviços de água e esgotamento sanitário de alguns países:
A partir desses motivos, podemos ver que o desenvolvimento do saneamento está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico e social de todas as nações da América Latina. Deixando cada vez mais evidente a importância do maior evento sobre saneamento básico do mundo, o World Toilet Summit, ocorrer nessa região, sobretudo no Brasil. Tendo como principal objetivo debater e criar soluções para o saneamento da América Latina, com o intuito de trazer benefícios para os países e qualidade de vida para toda a população da região.
Para saber mais sobre o World Toilet Summit, acesse:
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