Os rios de todo o país recebem diariamente alta carga poluidora lançada por imóveis residenciais cujas redes internas não estão ligadas à rede pública coletora de esgoto. Essas redes clandestinas são feitas por proprietários de imóveis que se recusam a conectar as tubulações interna e externa para se livrar do custo dos serviços de coleta de esgoto, que faz dobrar o valor da conta de água. A resistência ameaça altos investimentos realizados pelos governos municipal, estadual e federal na área de saneamento, além de prejudicar sobremaneira o meio ambiente e a saúde pública.
Nessa semana do dia 22, técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Companhia de Águas e Esgotos (Cedae) localizaram uma rede clandestina de esgoto, em uma galeria de águas pluviais, na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Essa ligação pode ter causado a morte de mais de 10 toneladas de tilápia na lagoa da Tijuca.
Em São Paulo, segundo o Instituto Sócio Ambiental, mais de 100 mil imóveis possuem redes de esgoto clandestinas. Além do impacto ambiental essa irregularidade causa outros transtornos, na época de enchente, a água da chuva se mistura com o esgoto lançado nos rios, espalhando pelas ruas um líquido que pode transmitir muitas doenças.