Saiba como anda o saneamento básico na Região Amazônica

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Imagem aérea da Amazônia feita pelo fotógrafo Paulo Vitale Paulo Vitale/VEJA

O dia 5 de setembro, é comemorado o Dia da Amazônia. O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).

Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da biodiversidade para o planeta: É na Amazônia que nasce os rios flutuantes, trazendo chuvas para as demais regiões do Brasil; a floresta Amazônica possui mais de 30 mil espécies de plantas e animais; a maior reserva natural do planeta; e é rica em recursos naturais, além de ser responsável por um dos maiores mananciais de água doce do mundo.

Entretanto, os motivos para celebração são poucos. Além das constantes queimadas e desmatamentos ilegais, a floresta amazônica, e as Unidades da Federação que compõem a Região Amazônica, sofrem com um grave problema de saneamento básico, que afeta direta e indiretamente a população da maior floresta do mundo.

A Região Norte, berço da Amazônia, é a região do país que menos apresenta saneamento básico em termos percentuais para a população quando olhamos para a parcela de coleta e tratamento de esgotos. Sempre falamos em proteger a floresta, mas desconhecemos os riscos mais básicos. As cidades que banham os rios amazônicos despejam os esgotos diretamente nos rios. Deve-se preocupar com a poluição dos mananciais e, sobretudo, com a veiculação de algumas doenças associadas ao precário atendimento em água tratada, coleta e tratamento dos esgotos.

O quadro de doenças, em especial na Região Norte, apresenta alarmantes índices em mortes na infância e internações por doenças de veiculação hídrica. De acordo com o Painel Saneamento Brasil, plataforma gerenciada pelo Instituto Trata Brasil, só em 2018, a Região Norte apresentou aproximadamente 41 mil casos de internações associadas a falta de saneamento, que resultaram em 207 óbitos, sendo 29 deles de crianças abaixo dos 4 anos.

Hoje, a cobertura de água e esgotamento sanitário da Região Norte são as mais baixas do Brasil. Apenas 57,1% de toda população nortista apresenta acesso à água, 10,5% tem coleta de esgoto e apenas 21,7% dos esgotos são tratados, agredindo o imenso bioma e colocando em risco o meio ambiente da região. Fora tudo isso, as perdas de água chegam a 55,5%.

Abaixo, mostraremos um panorama geral do saneamento dos oito estados que a maior floresta tropical do mundo ocupa. Com exceção do Mato Grosso, todos pertencem a região Norte do país:

Amazonas

Parcela da população com acesso à água ? 81,1%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 10,0%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 29,7%
Perdas na distribuição ? 70,6%

Acre

Parcela da população com acesso à água ? 47,1%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 10,1%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 18,8%
Perdas na distribuição ? 61,2%

Amapá

Parcela da população com acesso à água ? 34,9%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 7,1%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 14,8%
Perdas na distribuição ? 68,1%

Pará

Parcela da população com acesso à água ? 45,6%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 5,2%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 8,0%
Perdas na distribuição ? 40,5%

Rondônia

Parcela da população com acesso à água ? 49,4%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 4,9%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 9,6%
Perdas na distribuição ? 58,2%

Roraima

Parcela da população com acesso à água ? 81,5%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 51,7%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 70,2%
Perdas na distribuição ? 73,4%

Tocantins

Parcela da população com acesso à água ? 79,3%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 26,4%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 33,5%
Perdas na distribuição ? 34,9%

Mato Grosso

Parcela da população com acesso à água ? 89,3%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 35,6%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 43,8%
Perdas na distribuição ? 33,5%

A partir desses dados, temos que entender que o saneamento básico é algo extremamente importante e capaz de interferir diretamente de diversas formas na região: protegendo a floresta, com a conservação dos recursos hídricos; socialmente, melhorando a qualidade de vida da população; e economicamente, investindo em saneamento básico que resulta em uma maior geração de renda, valorização ambiental, atrações turísticas e etc.

Com isso, temos que juntar esforços e cobrar providências dos governos nas ações de saneamento, preservação ambiental e saúde. Pois só com muito esforço de todas as partes conseguiremos manter a população e a maior floresta tropical do mundo saudáveis e preservadas.

Para saber mais sobre o saneamento na região amazônica, acesse:

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