Ter água tratada, coleta e tratamento de esgoto proporcionam diversos benefícios para a população. No entanto, algumas regiões do Brasil não recebem estes serviços para toda a população, como é o caso do Sudeste.
Enquanto o acesso à rede de água na região Sudeste chega a 91,0% da população, os serviços de esgoto, em contrapartida, apresentam uma situação bem diferente. Cerca de 79,2% da população tem o esgoto coletado e o volume de esgoto tratado da região está perto de 50,1%. As perdas de água ocasionadas por furtos, vazamentos, erros de leitura de hidrômetros, entre outros, chegam a 34,4%, de acordo com Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento ? SNIS -, 2018.
O problema é que a região Sudeste é a mais populosa do país, com 87,7 milhões de pessoas, de acordo com dados do IBGE de 2018. Significa que os 18% de pessoas sem acesso à coleta de esgoto são 18,1 milhões. Em termos populacionais, é na região Sudeste que há uma das maiores defasagem de cobertura de rede de esgoto, atrás somente do Nordeste, com o dobro de pessoas sem acesso. Os 9% da população sem acesso à água tratada se transforma em 7,8 milhões de pessoas. Em suma, estamos diante da região mais importante economicamente para a América do Sul, mas que têm milhões de pessoas sem atendimento aos serviços básicos.
Entre os diversos setores socioeconômicos que o saneamento afeta, o mais prejudicado é a saúde, com as doenças por veiculação hídrica que atingem direta e indiretamente a população. De acordo com o Painel Saneamento Brasil, plataforma de dados criada pelo ITB, na região Sudeste, em 2018, a incidência de internações por doenças de veiculação hídrica foi de 4,53 internações por 10 mil habitantes, três vezes menos se compararmos há nove anos. Essa incidência teve como resultado, aproximadamente 40 mil internações por doenças associadas a falta de saneamento básico da região em apenas doze meses ano.
Com tantos casos de internações, houve um aumento nos gastos médicos nos estados da região. Dados mais recentes apontam cerca de R$ 20 milhões dispendidos ao tratamento de doenças por veiculação hídrica em 2018 no Sudeste. Mesmo com essa quantia voltada ao tratamento, a região teve 793 óbitos por doenças associadas a falta de saneamento.
Apesar do saneamento na região Sudeste não contemplar todos, os investimentos realizados nos últimos anos, que giram em torno de R$ 6,5 bilhões ao ano em média, garantiram algumas consequências positivas, dentre elas, a geração de empregos nos investimentos e operações dos serviços de água e esgoto. Só no ano de 2018, foram gerados mais de 104 mil empregos nos investimentos e por volta de 190 mil na operação, resultando em um total de aproximadamente 300 mil empregos frutos do saneamento básico.
Abaixo, mostraremos um panorama geral do saneamento dos 4 estados que componham a região Sudeste do país. Veja:
Espírito Santo
Parcela da população com acesso à água ? 81,2%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 54,9%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 46,3%
Perdas na distribuição ? 39,6% Internações por doenças associadas a falta de saneamento ? 4.301
Minas Gerais
Parcela da população com acesso à água ? 82,1%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 72,1%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 39,0%
Perdas na distribuição ? 36,4% Internações por doenças associadas a falta de saneamento ? 14.923
Rio de Janeiro
Parcela da população com acesso à água ? 90,5%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 65,4%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 31,3%
Perdas na distribuição ? 32,8% Internações por doenças associadas a falta de saneamento ? 4.164
São Paulo
Parcela da população com acesso à água ? 96,2%
Parcela da população com acesso a coleta de esgoto ? 89,8%
Esgoto tratado sobre água consumida ? 64,5% Perdas na distribuição ? 34,1% Internações por doenças associadas a falta de saneamento ? 16.335
Para saber mais sobre o saneamento básico dos estados da Região Sudeste, acesse ao site:
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