Saneamento é desafio dos novos políticos eleitos para 2019

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No dia 27 de outubro de 2018 ocorreu o segundo turno da Eleições 2018 para presidente e governador em todo  país. Os resultados apontaram que Jair Bolsonaro candidato do Partido Social Liberal venceu a disputa à presidência com 55,1% dos votos e João Dória do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) com 51,75% é o novo governador de São Paulo. O candidato eleito à presidência ocupará o cargo no dia 1 de janeiro do próximo ano (2019). É obvio que com a entrada de um novo presidente da república irão aparecer novos desafios. Entre esses desafios está o saneamento básico, uma das infraestruturas que mais necessitam de atenção dos governantes. Nos debates eleitorais deste ano, pudemos notar que o saneamento básico ganhou notoriedade e se mostrou um dos principais gargalos a ser solucionado, no entanto, o presidente terá um trabalho árduo com o setor. Como sabemos, os números são bárbaros, cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões não são contemplados com coleta dos esgotos (SNIS, 2016). Em relação ao tratamento dos esgotos, este número é de apenas 44,92%. Os efeitos da falta de saneamento básico são diretos e indiretos em todas as áreas da sociedade. Estudo elaborado pelo Instituto Trata Brasil, "Benefícios Econômicos e sociais da Expansão do Saneamento Básico" aprofundou as questões do impacto da ausência do saneamento em alguns setores da sociedade, entre eles estão:

Benefícios do saneamento:

- Empregos e Geração de empregos Os ganhos advindos dos serviços de saneamento básico sobre a produtividade do trabalho, o que inclui a educação, equivale a um ganho de renda de R$ 4,1 bilhões por ano, na média do período de 2015 a 2035. Em vinte anos, o valor presente dos ganhos de produtividade deve atingir R$ 82,9 bilhões no país. Somente o retorno desses recursos para os governos já representaria uma fonte expressiva para a expansão dos serviços de água e esgotos.

- Saúde

Para 2035, espera-se um custo com horas não trabalhadas de R$ 730 milhões. Isso equivale a uma economia de R$ 142 milhões no ano de 2035 em relação ao estimado para 2015. Além disso, deve haver redução das despesas com internações por infecções gastrointestinais na rede hospitalar do SUS. Esses gastos deverão passar de R$ 95 milhões em 2015 para R$ 72 milhões em 2035.  Isso equivale a uma economia para os cofres públicos de R$ 23 milhões, no ano de 2035 quando comparado a 2015. A economia com a melhoria das condições de saúde da população brasileira projetada para o período 2015 a 2035, tomando por base os afastamentos do trabalho e internações ocorridos em 2015, deve ser em média de R$ 362 milhões. Em vinte anos (2015 a 2035), considerando o avanço gradativo do saneamento, o valor presente da economia com saúde, seja pelos afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação no SUS, deve alcançar R$ 7,239 bilhões no país.

- Turismo

Com base no modelo estatístico, estima-se que os ganhos de renda do turismo devidos à universalização do saneamento atinjam em média R$ 1,2 bilhão por ano no período de 2015 a 2035. Em vinte anos, os ganhos com a valorização ambiental para o turismo brasileiro devem atingir R$ 24,5 bilhões. Isso significa uma renda maior para os trabalhadores do setor, lucros para as empresas e impostos para os governos, principalmente dos municípios que recebem impostos sobre os serviços e as atividades de turismo.

- Mercado Imobiliário

Espera-se que a universalização do saneamento traga acesso à água tratada a mais 33,1 milhões de moradias e coleta e tratamento de esgoto a 49,1 milhões de habitações até 2035. Olhando-se o valor médio dos imóveis, isso permitirá que as residências que recebam os serviços de saneamento tenham uma valorização média de 12,8%. Em vinte anos, o valor presente dos ganhos com a valorização imobiliária deve atingir R$ 273,8 bilhões no país. Ainda de acordo com o estudo, após a universalização, os ganhos com as externalidades ? saúde, produtividade e valorização ambiental ? perduram para sempre, caso o sistema de saneamento continue funcionando adequadamente. Esses investimentos necessários ao bom funcionamento do sistema também vão gerar custos e benefícios, como ocorre durante o período em que se está caminhando em direção à universalização.

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